A bradicardia é o ritmo cardíaco irregular ou lento, normalmente com menos de 60 batimentos por minuto. Nesse ritmo, o coração não consegue bombear o sangue rico em oxigênio de forma suficiente para o seu corpo durante uma atividade ou exercício físico. Consequentemente, você sofre de tontura, falta de energia crônica, falta de ar, ou até mesmo de desmaios. A bradicardia sinusal corresponde à principal modificação eletrocardiográfica de repouso encontrada em atletas. Estudos demonstraram que 65% dos atletas de resistência aeróbica apresentam frequência cardíaca menor que 50 bpm.
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Já a hipertrofia ventricular esquerda desenvolve-se como processo compensatório ou adaptativo a um estímulo hemodinâmico, representando a sobrecarga de pressão e/ou volume. A teoria que melhor explica os padrões de hipertrofia considera que a resposta ventricular se processa no sentido de manter o estresse parietal ventricular relativamente constante e o volume sistólico adequado. O exercício físico é um estímulo bem identificado para o desenvolvimento de hipertrofia ventricular esquerda. As alterações estruturais, resultantes do treinamento físico, dependem da natureza, duração e intensidade do exercício.
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Um aspecto importante é que a sobrecarga hemodinâmica associada ao exercício representa, provavelmente, o mecanismo primário responsável pelas alterações estruturais cardíacas. Em modelos animais, observou-se que a hipertrofia miocárdica relaciona-se estreitamente com a intensidade da sobrecarga hemodinâmica, enquanto as catecolaminas plasmáticas e cardíacas e a atividade alfa e beta-adrenérgica exerceram efeito mínimo.
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Além do tipo e intensidade do exercício, outros determinantes importantes das adaptações estruturais do coração do atleta são a idade, sexo, raça e o componente genético. Há consenso na literatura que fatores genéticos devam desempenhar importante papel no desenvolvimento da hipertrofia ventricular em atletas para justificar as acentuadas diferenças nas alterações cardíacas e na performance atlética, observadas em indivíduos com as mesmas características antropométricas e submetidos ao mesmo nível de treinamento.
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Os fatores hereditários influenciam as dimensões cardíacas, seja pelo controle genético da resposta hipertrófica ao condicionamento atlético, seja pela predisposição genética para sustentar treinamento físico mais intensivo e atingir níveis mais elevados de performance durante a competição.