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A obesidade e a hipertensão arterial sistêmica

Close-up image of doctor measuring blood pressure of elderly woman during annual check-up
Close-up image of doctor measuring blood pressure of elderly woman during annual check-up

A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é considerada, ao mesmo tempo, uma doença e um fator de risco, representando um grande desafio para a saúde pública, pois as doenças cardiovasculares constituem a primeira causa de morte no Brasil.

A cada ano morrem 7,6 milhões de pessoas em todo o mundo devido à hipertensão, sendo que 80% dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento como o Brasil e mais da metade das vítimas têm entre 45 e 69 anos.

No Brasil, a hipertensão arterial afeta mais de 30 milhões de brasileiros, destes, 36% dos homens adultos e 30% das mulheres, e é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares, incluindo o AVC e o infarto do miocárdio, que representam as duas maiores causas isoladas de mortes no país.

A hipertensão arterial é uma condição clínica multifatorial caracterizada por elevados e sustentados níveis de pressão arterial. Associada frequentemente, a alterações funcionais e ou estruturais dos órgãos alvo como coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos e as alterações metabólicas, com consequente aumento de risco para problemas cardiovasculares fatais e não fatais.

Sabemos que a obesidade e o ganho de peso são fortes e independentes fatores de risco para a hipertensão, com isso estima-se que 60% dos hipertensos apresentam mais de 20% de sobrepeso. Entre as populações, observa-se a prevalência da hipertensão arterial aumentada com relação à ingestão de NaCl (Sal de cozinha) e ingestões dietéticas baixas de cálcio e potássio, o que pode contribuir para o risco da hipertensão. Quanto aos fatores ambientais estão o consumo de álcool, estresse psicoemocional e níveis baixos de atividade física, que também podem contribuir para a hipertensão.

Tanto fatores ambientais como genéticos podem contribuir para as variações regionais e raciais da pressão arterial, bem como na prevalência da hipertensão. Estudos indicam que sociedades que passam por mudanças de locais como de um local menos industrializado para um mais industrializado, refletem numa profunda contribuição ambiental para a pressão arterial.

As atividades físicas reduzem a mortalidade por problemas cardiovasculares, independentemente da pressão arterial e de outros fatores de risco, existindo fortes evidências de que a atividade física diminui a pressão arterial, predizendo um envelhecimento saudável.

Apesar de o sedentarismo ainda não ter sido estratificado nacionalmente, há algum tempo vem sendo mencionado por diversos autores como um importante fator de risco para as doenças cardiovasculares (DCV). Indivíduos sedentários apresentam risco 30% maior de desenvolver HAS que os ativos.

Portanto, adotar hábitos alimentares saudáveis e atividade física regular deve ser uma estratégia prioritária, a fim de prevenir a HAS e deter o avanço das DCV em nosso país.