Luiza Mello
O Brasil registrou no ano passado 40,8 mil mortes violentas, o menor número da série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, registrando uma queda de 1% em relação a 2021. A média de mortes diárias no país foi de 110 vítimas. No Pará foram registradas no ano passado, 2.274 mortes violentas, média de 6,2 por dia, o que estabeleceu uma taxa de vítimas de 25,9 mortes por cada grupo de 100 mil habitantes.
Os dados divulgados ontem, 1º de março, pelo Monitor da Violência, no site do g1 mostram que as mortes violentas caíram 2,7% no Pará em 2022. O Estado ocupa a 12ª posição no ranking que mede as taxas de homicídios por 100 mil habitantes. São consideradas mortes violentas os casos de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. O Pará teve 2.336 vítimas em 2021, 62 casos a mais que em 2022.
Das 27 unidades da federação, houve crescimento de mortes violentas em 14. Os três estados com maiores taxas de assassinato a cada 100 mil habitantes foram Pernambuco (35,3), Bahia (34,2) e Alagoas (33,5). Por outro lado, os três com as menores foram Distrito Federal (9,7), Santa Catarina (8,7) e São Paulo (7,1).
A Bahia foi, em 2022, o estado que mais registrou mortes violentas no país pelo quarto ano consecutivo, com 5.124 mortes violentas contabilizadas. Também do Nordeste, Pernambuco aparece logo atrás, com 3.420 mortes. São Paulo com 3.316 e Rio de Janeiro com 3.141, ambos do Sudeste, aparecem em seguida.
Segundo os especialistas que elaboram o Monitor da Violência, diversos fatores estão por trás dos indicadores em queda nos últimos anos: políticas públicas estaduais, mudança nas dinâmicas dos grupos criminosos, mais recursos disponíveis para o setor da segurança pública, entre outros.
O secretário de Segurança Pública do Pará, Ualame Machado, destaca estratégias de integração entre os órgãos da segurança e investimentos em tecnologia como fatores para redução da criminalidade.
“Fechamos o ano de 2022 como o melhor ano dos últimos quatro de nossa gestão, e iniciamos 2023 alcançando redução significativa, o que demonstra que nossas estratégias têm sido assertivas, porém, que ainda precisamos fazer muito mais para que as reduções sejam ainda maiores”, afirma.
Números
- A redução das mortes foi puxada pela região Norte (-3,5%) e pelo Nordeste (-2,2%). O destaque desta edição do Monitor fica com o estado vizinho, Amapá (-28,5%) e Roraima (-14,1%). Apesar da queda nacional, 14 estados brasileiros tiveram alta de mortes.
- O Centro-Oeste puxou a alta com 4,5% de crescimento, liderado pelo Mato Grosso (24,1%), uma das unidades federativas que mais registra a presença de “clubes de tiro”. No ano passado, foram registrados 963 homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte em MT.