Diego Monteiro
Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA), com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), concluiu que, entre janeiro e dezembro de 2022, o setor de serviços foi o que mais abriu vagas de empregos formais no Estado, com cerca de 18 mil carteiras assinadas.
David Damasceno, 41, é empresário no ramo de barbearia há pelo menos 20 anos, sendo uma delas localizada no Conjunto Providência, no bairro do Maracangalha, em Belém. Em 2021 e 2022, ele precisou criar estratégias para continuar gerando renda, principalmente para os profissionais, que viram os empregos serem abalados por conta da crise de Covid-19.
Apesar das perdas financeiras, resultados também da alta na inflação, Damasceno contou que conseguiu manter os profissionais e até expandir o negócio. “Passamos a não descontar dos barbeiros e eles passaram a ter um ganho maior sem precisar demitir ninguém. Foi nesse período que o espaço também cresceu e hoje estamos em um ambiente mais amplo e atrativo”, afirmou o empresário.
Com 13 funcionários, a Barbearia Los Kamarada pretende contratar, ainda este ano, mais três barbeiros para compor a equipe. “Posso afirmar que este ramo, que é ligado ao setor de serviços, foi um dos poucos que conseguiram se manter mesmo com a crise nos últimos tempos. Aliás, sempre tinha alguém que precisava de um corte de cabelo”, completou David.
MÃO DE OBRA
Mesmo com o mercado ainda em recuperação, este setor se manteve no topo da lista no número de contratações formais, ou seja, quando o empregador e empregado passam a cumprir direitos e deveres regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Para chegar a este resultado, foram observados o número de admitidos (151 mil) e dos desligados (133 mil) no ano passado.
Émerson Cardoso, 24, é o exemplo de que o setor de serviços é um dos que mais resistiram aos prejuízos dos últimos anos. “Como barbeiro, já estou há pelo menos três anos nessa profissão. Passamos por grandes pressões emocionais e incertezas, mas como é um trabalho que tem demanda a qualquer momento, consegui manter o meu”, disse.
Frank Daluz, 37, é quem entrega o pão em uma padaria na rua Nova com a travessa Lomas Valentinas. Para o atendente, o produto é essencial e sempre tem venda grande todos os dias. “Como temos percebido, pelo menos no bairro da Pedreira, é comum observarmos a abertura de uma panificadora, pois é um segmento que sempre terá clientes”, contou.