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VÍDEO: pule o Carnaval com segurança e longe do 'bloco da gripe'

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, fará um pronunciamento, em cadeia nacional de rádio e televisão, na noite deste domingo (7). Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, fará um pronunciamento, em cadeia nacional de rádio e televisão, na noite deste domingo (7). Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Lidiane Nóbrega
Agência Fiocruz de Notícias

Com a chegada do Carnaval, especialistas do Boletim InfoGripe Fiocruz fazem alertas para os foliões aproveitarem a festividade em segurança. O cenário atual é positivo e mostra que, diferentemente desse mesmo período nos anos anteriores, a maioria do país mantém queda ou está em uma situação compatível com a oscilação natural de casos graves de problemas respiratórios.

Referente à Semana Epidemiológica (SE) 06, período de 5 a 11 de fevereiro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 13 de fevereiro.

Apesar da pandemia estar em uma situação mais controlada, o pesquisador Marcelo Gomes destaca que, em eventos com grande aglomeração, a transmissão de vírus respiratórios em geral é facilitada. “A principal recomendação nesse Carnaval é em relação a quem está com sintomas respiratório próximo às festas, aos blocos e aos desfiles. Se a pessoa está carregando o vírus da Covid-19 ou influenza, que também continua em baixa, fica o alerta de evitar passar em grandes eventos porque pode facilitar o processo de aumento de casos na sua localidade”, pontua o coordenador do InfoGripe.

O especialista reforça ainda a importância da campanha de vacinação de Covid-19 (com a vacina bivalente), que se inicia no dia 27 de fevereiro. Nesse momento, a imunização está focada na população com maior risco de desenvolver casos graves de Covid-19, como idosos acima de 60 anos e pessoas com deficiência.

“É extremamente importante que ela tenha uma alta adesão. Caso, de fato, haja um novo ciclo de aumento de casos nos próximos meses, o que está dentro do esperado, é fundamental ficar em dia com a quantidade de doses recomendadas para o seu caso em particular para que isso não gere impacto significativo em casos graves”, comenta Gomes.

O novo Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (16/2), mostra que, embora ainda não reflita no agregado nacional, é possível observar aumento de casos positivos para os vírus influenza A e Sars-CoV-2 (Covid-19) no estado do Amazonas nas semanas recentes. Apesar do volume relativamente baixo, essa tendência pode ser um indicativo de início de temporada de crescimento de casos.

“Na semana passada, já tínhamos dado destaque ao ligeiro aumento dos casos positivos associados ao Influenza A no Amazonas, e, nessa atualização, o sinal já é mais claro. Por causar impacto na tendência de aumento de novos casos semanais nas semanas recentes entre o público adulto, esse dado requer um pouco mais de atenção, em particular, no estado do Amazonas”.

O estudo aponta para queda de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todas as faixas etárias adultas e crescimento entre as crianças e adolescentes. O aumento no público infantil é observado em estados de diferentes regiões do país. “Como esse dado está concentrado somente entre o público infantil, isso é bastante sugestivo de que não se trata de Covid-19, mas sim outros vírus respiratórios, que eventualmente podem estar aproveitando o momento de retomada das aulas para gerar um impacto um pouco maior nesse grupo em particular”, afirma o pesquisador.

Os dados indicam manutenção do predomínio dos casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19) em todas as faixas etárias da população adulta. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1,8% para influenza A; 1,6% para influenza B; 26,5% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 57,0% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 2,1% para influenza A; 0,7% para influenza B; 4,2% para VSR; e 88,7% para Sars-CoV-2.

 

PARÁ: crescimento de tendência de longo prazo

Apenas nove das 27 unidades federativas apresentam crescimento na tendência de longo prazo até a SE 06: Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Pará, Rondônia, Roraima e São Paulo. No AL, CE, GO e SP, o crescimento está concentrado em crianças e adolescentes.

No Amazonas, o sinal é observado na população adulta, provavelmente como consequência ao aumento de casos positivos para os vírus Influenza A e Sars-CoV-2 nas semanas recentes. No ES, PA, RO e RR, o crescimento ainda é compatível com cenário de oscilação em período de baixo volume de casos.

Treze das 27 capitais apresentam crescimento na tendência de longo prazo até o mesmo período: Boa Vista (RR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Velho (RO), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).

A avaliação da série temporal por faixa etária nessas capitais, segundo Gomes, sugere tratar-se apenas de oscilação natural em período de baixo volume de casos, sem apresentar um sinal consistente de alta, ou concentrado apenas na população infantil. A exceção é Manaus, como destacado na análise estadual.