Emily Becman
Em Belém, o “Círio Todo Dia” já é realidade e foi esse o nome dado a primeira edição do projeto lançado pela Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), que saiu em procissão na manhã de ontem. O objetivo é permitir que qualquer pessoa, do morador ao promesseiro, possa fazer suas orações em qualquer época do ano, percorrendo a caminhada no mesmo trajeto da grande procissão, sempre no segundo domingo de outubro.
De acordo com o coordenador da festividade, Antônio Salame, a ideia do projeto “Círio Todo Dia” é uma demanda grande de pessoas que não conseguem acompanhar a procissão do Círio de Nazaré no período da festividade.
“É um pedido de romeiros e promesseiros que gostariam de fazer a caminhada do Círio fora do segundo domingo de outubro, pois não conseguem vir para Belém ou por passagem cara, uma estadia cara. E temos uma proposta de implementar totens informativos no percurso, de maneira que qualquer pessoa consiga fazer caminhada em grupos ou individuais, focando no mistério do terço a cada estação, até a Basílica Santuário, sendo esta a última estação do Círio”, explicou.
Saindo da Catedral Metropolitana de Belém, no bairro Cidade Velha, e caminhando pelas avenidas Boulevard Castilhos França, Presidente Vargas e Nazaré até a chegada na Basílica Santuário, no bairro de Nazaré, as orações vinham em forma de canto e solidariedade com a distribuição de alimentos às pessoas em situação de rua.
AGRADECIMENTO
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Com os pés descalços e mãos dadas, o casal Edinai Bentes, professora, 46, e o militar Pedro Bentes, 51, devotos de Nossa Senhora de Nazaré, aproveitou para agradecer pelas bênçãos da padroeira da Amazônia. “Nós já estamos juntos há 25 anos e nesse tempo já enfrentamos muitas batalhas e Nossa Senhora que está sempre junto com a gente. Por isso, sempre que participamos de procissões são sempre agradecendo, nunca pedindo, porque tudo o que a gente conquista tem sempre a mãozinha dela”, afirmou Pedro.
No terço na mão de Ednai também havia um pedaço da corda do Círio do ano passado e na pele a tatuagem em homenagem a santa. Ela é promesseira da corda e entende toda a emoção.
“Eu tive a graça de ir na estação da corda. A Berlinda concluiu o percurso e consegui chegar até o final. É como todo romeiro diz ‘é uma emoção que não se explica, se sente e escorre pelo rosto’. Isso é só gratidão por todas as bênçãos que a gente conseguimos durante a vida inteira e ela sempre nos acolhe de braços abertos”, contou a professora.
A servidora pública Edna Pantoja, 58, fez a sua caminhada sagrada para renovação da fé. “Quando eu me acordo eu entrego a minha vida para Jesus, mas eu sei que tudo sempre é intercedido por ela. Meu irmão teve um câncer, e em nome de Jesus e Maria, ele está curado e meu filho se formou em medicina, então eu sou muito grata, todos os dias.”.
Os jovens também se fizeram presentes, motivados pelos pais e toda a família. Como foi no caso do estudante Luiz Vasconcelos, 23, acompanhado das primas e tia. “A gente veio em família e a nossa motivação é essa, estar próximo da família. Minha mãe é católica, então frequentamos as orações juntos, sempre que possível”, compartilhou.
