Um brasileiro, condenado a 10 anos de prisão em regime fechado por espancar um comerciante durante uma discussão sobre som alto, foi preso em Turim, na Itália, no dia 21 de outubro. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) confirmou a informação. Após a localização e prisão de Marlon Gerolin pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), ele será extraditado para cumprir sua pena.
Marlon Gerolin, que estava foragido há mais de dois anos, foi condenado por tentativa de homicídio. O crime ocorreu em dezembro de 2005, em São José do Rio Preto, São Paulo. O julgamento, que aconteceu em 1º de dezembro de 2022, se prolongou por 17 anos devido a diversos recursos apresentados pela defesa. O g1 tenta contato com a defesa de Marlon para mais esclarecimentos.
Contexto do crime
O crime que levou à condenação de Gerolin ocorreu em um bairro de São José do Rio Preto, onde a vítima, Ricardo Alexandre da Silva, morava próximo a um bar. Durante uma discussão sobre o volume do som de um carro, Ricardo pediu que os homens diminuíssem o barulho, pois sua filha, que tinha apenas cinco meses, estava chorando. Em resposta, os acusados aumentaram o som e agrediram Ricardo com socos e chutes.
A brutalidade da agressão deixou Ricardo em coma por 16 dias e resultou em sequelas permanentes, como a perda do olfato, paladar e audição do lado esquerdo. Ele relatou que os médicos acreditavam que ele não sobreviveria, mas, segundo ele, “foi a mão de Deus que me deixou aqui”. Além das sequelas físicas, Ricardo também desenvolveu depressão em decorrência do trauma.
Histórico judicial
O julgamento de Marlon Gerolin se arrastou por anos devido a apelações e recursos da defesa. Marcos Zancheta do Nascimento, outro homem envolvido no crime, foi condenado em 2014 e cumpriu mais de 10 anos de prisão. A lentidão do processo judicial reflete um problema comum no sistema judiciário brasileiro, onde a morosidade pode levar a longos períodos de espera por justiça.
Editado por Clayton Matos