Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
Uma abordagem estratégica aumenta a chance de receber sem comprometer amizades ou relações de trabalho. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Cobrar uma pessoa pode ser um desafio delicado, seja por laços afetivos ou por relações profissionais. O segredo para evitar constrangimentos ou desentendimentos está no tempo, na clareza do combinado e na forma de se comunicar. Uma abordagem estratégica aumenta a chance de receber sem comprometer amizades ou relações de trabalho.

O primeiro passo é definir datas e valores desde o início. Se o combinado não for cumprido, a cobrança deve ser feita de forma adequada ao contexto. 

Para amigos, uma mensagem direta e amigável funciona bem. “Amigo, tudo bem? Passando para lembrar do valor que combinamos. Consegue transferir ainda hoje? Preciso organizar minhas contas”.

Com familiares, a comunicação precisa combinar empatia e firmeza. “Tia, sei que está passando por um momento apertado, mas lembra do valor que combinamos? Consegue me dar uma previsão de pagamento?”.

Quando o devedor é um cliente, o procedimento muda. Uma cobrança profissional pode ser escalonada: primeiro uma abordagem amigável, depois um lembrete formal por e-mail e, se necessário, negociação de parcelamento ou ação legal. 

Exemplo: “Prezado [nome], conforme contrato, a fatura X, com vencimento em [data], ainda não foi quitada. Pedimos que realize o pagamento o quanto antes”. Registrar acordos e manter registros é essencial para dar respaldo à cobrança.

Evite alguns erros na hora de cobrar

Erros comuns comprometem a eficácia do pedido: cobranças agressivas, esperar tempo demais, usar indiretas ou expor o devedor em público reduzem as chances de receber. Ter clareza sobre valores e datas evita confusões e reforça a legitimidade da cobrança.

Frases como “Você nunca paga!” ou “Está me devendo há meses!” geram defesa imediata e desgastam relações. 

  • Esperar demais para cobrar: deixar meses sem contato transmite desinteresse e reduz as chances de receber. 
  • Cobrar de forma indireta: comentários como “Seria bom se eu tivesse aquele dinheiro” soam passivo-agressivos e confusos. 
  • Cobrar em público: nunca exponha a pessoa; o constrangimento diminui a probabilidade de pagamento. 
  • Não ter clareza do combinado: valores e datas mal definidos tornam a cobrança vulnerável a questionamentos.

A linguagem educada é uma aliada poderosa. Frases como:

“Oi, tudo bem? Passando para lembrar do pagamento que combinamos para hoje”, ou “Sei que imprevistos acontecem, mas preciso organizar minhas contas. Consegue me dar uma previsão?”.

Onde cobrar

O canal de comunicação também influencia: WhatsApp é ideal para familiares e amigos; e-mail garante formalidade e registro; telefone ajuda em negociações urgentes; carta registrada funciona para comprovação documental. Então:

WhatsApp: ideal para amigos, familiares e clientes com proximidade. Evite excesso de mensagens. 

E-mail: mais formal, ótimo para clientes empresariais. Permite documentação e registro. 

Telefone: útil para negociações urgentes ou esclarecimento de dúvidas. 

Carta registrada: garante prova documental, útil em casos de cobrança judicial.

Cobre e não recebi: como agir?

Mesmo após cobrança educada, nem sempre o pagamento acontece. Nesses casos, o diálogo deve ser mantido com equilíbrio entre empatia e assertividade.

Vamos considerar a seguinte situação: você emprestou R$ 600 a um amigo, com a promessa de devolução em duas semanas. O prazo passou, você cobrou com educação, e ele respondeu: “Assim que entrar um dinheiro, te pago”; três semanas depois, nada aconteceu.  

Nesse caso, uma nova mensagem pode ajudar a retomar o compromisso. Por exemplo: “Oi, amigo, tudo bem? Lembra daquele valor que combinamos? Já se passaram algumas semanas e estou precisando organizar minhas contas. Você consegue me dizer uma data certa para o pagamento? Se for mais fácil, podemos combinar em duas parcelas”.

Editado por Clayton Matos