Uma pesquisa inédita da consultoria Quiddity, em parceria com a Bayer, revelou que as mulheres produtoras rurais têm papel fundamental na inovação e na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.
O estudo, intitulado “Produtoras rurais e a inovação no campo”, ouviu produtores e produtoras de todas as regiões do país e destacou como a presença feminina vem transformando o setor com criatividade, sensibilidade e visão de futuro.
Segundo o levantamento, mais de 80% dos entrevistados reconhecem que as mulheres são criativas, questionadoras e propõem novas formas de pensar no agro.
“As mulheres têm a sensibilidade de perguntar: ‘e se for diferente?’ e a coragem de transformar essa pergunta em ação”, explica Rebeca Gharibian, diretora-geral da Quiddity.
A pesquisa aponta que a atuação feminina está fortemente ligada à gestão sustentável e à valorização de práticas inovadoras. As cinco ações mais adotadas por produtoras rurais são: rotação de culturas (89%), preservação de áreas nativas (87%), plantio direto (82%), uso de bioinsumos (80%) e agricultura regenerativa (80%).
Além disso, cresce o interesse por novas tecnologias, como softwares de gestão (33%) e mapeamento de solo (29%).A busca por capacitação constante é outro destaque: 73% das mulheres afirmam que a aprendizagem contínua é essencial para seu desenvolvimento no campo.
Desafios e Avanços da Presença Feminina
Entre os temas mais procurados em cursos e palestras estão sustentabilidade (76%), inovação e novas tecnologias (64%) e gestão da propriedade (51%).Apesar dos avanços, o estudo mostra que ainda há desafios na ampliação da presença feminina em cargos de liderança: 39% dos entrevistados apontam que a liderança das mulheres ainda não é vista com naturalidade no setor.
Nesse contexto, as redes femininas de apoio e troca de experiências se mostram essenciais: 89% das participantes afirmam que esses espaços fortalecem e inspiram outras mulheres do agro.
Eventos como o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) e o Prêmio Mulheres do Agro, iniciativa da Bayer e da Abag, ajudam a dar visibilidade a essas trajetórias.
Em 2025, o prêmio recebeu mais de 350 inscrições, um aumento de 70% em relação ao ano anterior, e registrou 250 mil votos populares na nova categoria “Ciência e Pesquisa”.
O Futuro do Agronegócio com Elas
Para Daniela Barros, diretora de Comunicação da divisão agrícola da Bayer, “a força feminina contribui para um agronegócio brasileiro mais inovador, sustentável e próspero. Investir na capacitação e no reconhecimento das mulheres é impulsionar o futuro do setor e a segurança alimentar das próximas gerações”.
O protagonismo feminino no campo é um movimento que reflete também no Pará, onde cresce a presença de mulheres à frente de propriedades e iniciativas agroecológicas.
Editado por Luiz Octávio Lucas