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Gerson Nogueira analisa 'jogo dos leões' e livre comércio de mandos no Parazão

Foto: Samara Miranda/Remo
Foto: Samara Miranda/Remo

Primeiro desafio no interior

O Remo enfrenta o São Francisco, hoje à tarde, em Ipixuna do Pará, pela segunda rodada do Campeonato Paraense. Ambos venceram na rodada de abertura e chegam fortes e empolgados ao confronto. Não há favoritismo, mas a dificuldade é maior para os azulinos, não adaptados ao gramado do estádio de Ipixuna.

De qualquer maneira, Marcelo Cabo e seus comandados enfrentarão o primeiro grande desafio fora de Belém. Em campeonatos recentes, os times do interior criaram sérios problemas para os grandes da capital.

Mesmo sem ter sua própria torcida a apoiá-lo, o São Francisco montou um time competitivo, que se apresentou bem no amistoso com o PSC na Curuzu e mostrou eficiência na vitória sobre o Caeté na 1ª rodada. Juninho, autor do único gol, é o principal organizador da equipe.

Do lado azulino, a novidade é o retorno do lateral-esquerdo Leonam (foto), herói da conquista do Parazão 2022, que esteve ausente da fase preparatória devido a uma lesão. A entrada de um jogador agressivo, que apoia constantemente o ataque, representa um reforço e tanto para o time azulino.

Na estreia diante do Independente, o lado esquerdo do ataque foi praticamente inoperante, pois Raí, o reserva de Leonam, pouco se lançava às ações ofensivas, demonstrando falta de confiança e de entrosamento com os jogadores que caíam por aquele lado, Muriqui e Soares.

O fato é que o Remo acabou vencendo o jogo, principalmente por explorar jogadas pelo lado direito, onde o lateral Lucas Mendes conseguiu fazer boas jogadas com Richard Franco e Diego Tavares.

Resta saber como está o condicionamento de Leonam, um jogador que explora muito as arrancadas e tentativas de chegada à linha de fundo adversária. Se estiver bem, terá muito a contribuir para o rendimento geral do time.

 

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 22h30, na RBATV. Em pauta, a segunda rodada do Campeonato Paraense. Participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. A edição é de Lourdes Cezar.

 

Livre comércio de mandos fere lisura do campeonato

Depois de dois anos marcados por sérios problemas de organização e credibilidade na disputa do Parazão, os clubes parecem dispostos a seguir avacalhando a competição. A permissão para compra e venda de mandos de campo é uma anomalia que pode afetar seriamente o princípio de igualdade e equilíbrio da disputa.

O primeiro caso já surgiu e despertou críticas, embora os clubes tenham avalizado a ideia através do conselho técnico, que elaborou o regulamento. O clube que não tiver estádio para mandar seus jogos pode negociar livremente com quem quiser. Não é a primeira vez que a excrescência é aprovada e, pelo visto, não será a última.

Foi o que o Tapajós acertou com o PSC, negociando a utilização do estádio da Curuzu. Para usar o estádio no confronto direto contra os bicolores, o clube santareno vai receber uma quantia em dinheiro, deixando as despesas e a renda para o Papão. Na prática, o Tapajós vendeu o mando.

Apesar de não haver previsão quanto a isso no regulamento, o acerto pode abrir um precedente perigoso. Qualquer clube interiorano, em tese, pode fazer o que o Tapajós fez com o PSC, desde que fique de repente sem local para mandar seus jogos. Isso já ocorreu em outras edições do Parazão, com efeitos deletérios para a paridade da disputa.

Imagine o risco de troca de mandos na reta final de uma disputa por vaga ou classificação. Como o regulamento permite, tudo é possível e aí todos podem se locupletar, enquanto a imagem da disputa fica comprometida.

Os dirigentes precisam entender que a era da avacalhação – sempre disfarçada de jeitinho – precisa ser abolida em definitivo, pelo bem do futebol paraense. O arranjo não é ilegal, mas passa longe de ser critério moralmente aceitável.

A solução mais apropriada, que deveria constar do regulamento, é não conceder mando de campo a times que não têm estádio. A tabela seria elaborada com base nisso, evitando polêmicas e desconfianças.

 

CBF nega acerto com Ancelotti; JJ e Abel seguem cotados

Diante das informações de que havia um acerto encaminhado com Carlo Ancelotti, a CBF se manifestou oficialmente pela primeira vez sobre a escolha do novo técnico da Seleção Brasileira. Na sexta-feira, distribuiu um comunicado desmentindo a contratação do técnico italiano, atualmente no Real Madrid.

A entidade garante que usará de transparência na escolha do substituto de Tite e que o novo comandante “será anunciado no momento oportuno”. Agir de modo transparente nunca foi o forte da CBF e há dúvidas sobre o momento adequado de contratar o técnico.

O fato é que a informação sobre Ancelotti foi apenas mais uma das muitas especulações surgidas após a Copa. A pífia campanha no Qatar pôs em debate a opção por um técnico estrangeiro e os nomes começaram a surgir, incluindo Luiz Enrique e Pep Guardiola, este um antigo sonho da CBF.

Por ora, as apostas mais realistas se concentram em dois nomes portugueses: Jorge Jesus, campeão com o Flamengo em 2019, e Abel Ferreira, atual técnico do Palmeiras, vencedor de duas Libertadores em três anos. O fato de conhecerem o futebol brasileiro e até a questão do idioma conduzem a escolha nessa direção. A conferir.