A Polícia Civil do Amazonas (PCAM) confirmou, em nota, que abriu investigação para apurar a conduta de um policial suspeito de ter mantido relações sexuais com cinco detentos dentro de uma cela da 76ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), no município de São Gabriel da Cachoeira, no interior do estado. O caso veio à tona após os próprios presos relatarem o episódio ao delegado da unidade e entregarem a arma do policial, que teria sido tomada dele durante a confusão.
De acordo com as informações divulgadas, o servidor teria participado de uma festa na noite anterior, ingerido bebida alcoólica e, já embriagado, se dirigido armado até a carceragem da delegacia. Lá, segundo os relatos colhidos, ele teria forçado cinco presos a manter relações sexuais com ele dentro da cela. O caso, que inicialmente parecia um rumor local, ganhou repercussão depois que os detentos decidiram procurar o delegado responsável e narraram o ocorrido. Em seguida, o episódio foi comunicado à Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública, que instaurou um processo administrativo disciplinar para apurar os fatos.
Afastamento e Apuração do Caso
A Polícia Civil confirmou o afastamento imediato do policial de suas funções e informou que o caso corre sob sigilo. Em nota, a instituição destacou que “não compactua com desvios de conduta” e que todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas para garantir a apuração completa. O episódio provocou forte repercussão em São Gabriel da Cachoeira, município localizado a mais de 850 quilômetros de Manaus, conhecido por abrigar a maior população indígena do país e por ter uma das estruturas policiais mais isoladas do estado.
As informações sobre o caso começaram a circular antes da manifestação oficial da PCAM. O vazamento teria ocorrido a partir de relatos dos próprios detentos, repassados informalmente a familiares e conhecidos, e acabou chegando a veículos de comunicação locais e nacionais. Fontes dentro da delegacia e da corregedoria confirmaram à imprensa que o policial estava sob investigação, e as circunstâncias do episódio — incluindo o consumo de álcool e a entrega da arma — foram detalhadas à medida que o caso repercutiu.
Implicações e Próximos Passos
O episódio expõe novamente a fragilidade do sistema de custódia e o desafio das autoridades em coibir abusos dentro das próprias instituições encarregadas de zelar pela lei. Para a Polícia Civil, o caso é tratado como grave violação de dever funcional e ética, e pode resultar em demissão e responsabilização criminal, dependendo das conclusões da investigação. Enquanto isso, o inquérito segue sob sigilo e o policial permanece afastado até o término das apurações.
Editado por Clayton Matos