Evento destaca cinema indígena e defesa dos povos amazônicos. Foto: Divulgação
Evento destaca cinema indígena e defesa dos povos amazônicos. Foto: Divulgação

Em um ano simbólico para o planeta e para a Amazônia, a Mostra Amazônia nas Telas | Especial COP30 dá início à 11ª edição do Festival Pan-Amazônico de Cinema – AmazôniaFiDoc, com patrocínio exclusivo da Petrobras. O evento será realizado nos dias 17 e 18 de outubro de 2025, no Cine Sesc Boulevard, reunindo produções da Pan-Amazônia que abordam a relação entre povos, territórios, rios e florestas.

A abertura contará com a pré-estreia nacional do longa Xingu: Nosso Rio Sagrado (2025), dirigido pela paraense Ângela Gomes. O documentário oferece um olhar provocativo sobre a luta pela sobrevivência no rio Xingu, dez anos após o barramento de Belo Monte. Narrado pela cacica Kokongri Kayapó, o filme destaca os impactos da hidrelétrica sobre o rio e as comunidades indígenas — um retrato urgente das contradições amazônicas em tempos de emergência climática e COP30.

“O cinema é a voz mais potente para traduzir a complexidade da Amazônia. A floresta precisa ser ouvida, e o AmazôniaFiDoc é um canal para essa escuta”, afirma Zienhe Castro, diretora do festival e fundadora da Z Filmes.

Programação

Sexta-feira – 17 de outubro de 2025
19h – Abertura e discursos
20h – Pré-estreia de Xingu: Nosso Rio Sagrado
21h30 – Coquetel e bate-papo com a equipe

Sábado – 18 de outubro de 2025
16h30 – Da Silva da Selva, de Anderson Mendes (17 min)
17h – Sukandé Kasaka, de Kamikia Kisedje e Fred Rahal (30 min)
17h40 – Pau d’Arco, de Ana Aranha (89 min)

Destaque do Festival

Filmado em 2024 ao longo de 30 dias, Xingu: Nosso Rio Sagrado é a primeira produção paraense a contar com cineastas indígenas em todas as etapas. O longa percorre o rio Xingu entre Altamira e o território Mebêngôkre-Kayapó, reunindo vozes como Bel Juruna, Josiel Juruna e Francineide Ferreira, e retratando as mudanças drásticas na Volta Grande do rio Xingu após a construção de Belo Monte.

Produzido pela Visionária Filmes com recursos da Lei Paulo Gustavo, o filme teve criação liderada por um núcleo de roteiristas mulheres paraenses, trilha de Léo Chermont e fotografia de Cezar Moraes e Simone Giovine.

Sobre a Diretora

Ângela Gomes é cineasta paraense e professora de Cinema na UFPA. Natural de São Caetano de Odivelas, dedica-se ao estudo do cinema indígena na Amazônia. Sua tese sobre o povo Mebêngôkre-Kayapó recebeu prêmios da Socine e Intercom. Xingu: Nosso Rio Sagrado é seu primeiro longa como diretora.

Propósito da Mostra

A Mostra Amazônia nas Telas – Especial COP30 reforça o papel do cinema na defesa das culturas e da floresta amazônica. A ação marca o início da temporada 2025/2026 do AmazôniaFiDoc, que acontecerá entre 28 de abril e 6 de maio de 2026, com convocatória internacional aberta a cineastas dos nove países da Pan-Amazônia.