O mercado de trabalho paraense vive um momento positivo. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) mostram que o Pará lidera a criação de empregos formais na Região Norte e deve abrir cerca de 6,8 mil vagas temporárias até o fim de 2025, impulsionado pelas festas de fim de ano e pela preparação da COP30 em Belém.
De acordo com o levantamento elaborado pelo Observatório do Trabalho do Estado do Pará — parceria entre o Dieese e a Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) —, nos últimos 12 meses (de julho de 2024 a junho de 2025) o estado registrou 495.654 admissões e 459.117 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 36.537 postos de trabalho. O número representa mais de 35% de todo o saldo de empregos formais criado na Região Norte no período.
A expansão é puxada principalmente pelos setores de Serviços e Comércio, que juntos somam 18.273 novas vagas e respondem por metade de todo o saldo estadual. Na sequência aparecem Indústria (4.713) e Construção Civil (3.982), também com desempenho acima da média regional.
Na Região Metropolitana de Belém, o cenário é ainda mais expressivo: foram 224.335 admissões e 203.384 desligamentos, um saldo positivo de 20.951 empregos — o equivalente a 60% de todo o resultado estadual. O destaque, mais uma vez, ficou por conta de Serviços e Comércio, responsáveis por 14,6 mil novos postos de trabalho, quase 70% do total da região.
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O estudo projeta que o segundo semestre de 2025 trará um reforço adicional com a geração de aproximadamente 6,8 mil contratações temporárias apenas na Região Metropolitana de Belém — um aumento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o número de vagas foi estimado em 5,5 mil.
COP30 e o Mercado de Trabalho
Além dos eventos tradicionais que impulsionam a economia, como o Círio de Nazaré, o Dia das Crianças, a Black Friday e as festas de fim de ano, o Dieese aponta que a preparação para a COP30, que ocorrerá em Belém, também está aquecendo o mercado local. A movimentação já gera empregos em setores como construção civil, turismo, serviços, transporte e logística.
O supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa, destaca que o bom desempenho reflete a confiança do empresariado e a recuperação do mercado formal: “O Pará tem se consolidado como o motor da geração de empregos na Região Norte. As contratações temporárias, além de movimentar a economia, também abrem portas para quem busca recolocação e qualificação, podendo resultar em efetivações futuras”, afirma.
O estudo pondera, no entanto, que fatores como juros altos e endividamento das famílias ainda limitam um crescimento mais acelerado. Mesmo assim, os setores produtivos mantêm boas expectativas para o fim de 2025, com aumento de vendas e maior demanda por mão de obra.
