
A COP 30 em Belém vai muito além dos dias de conferência: é um marco de transformação urbana e social, com obras que deixam um legado duradouro de saneamento, mobilidade e sustentabilidade para a capital paraense, sintetizou o ministro das Cidades, Jader Filho, em entrevista ao programa Estúdio COP 30, exibido pelo Canal Gov. Para o ministro, Belém está se transformando não apenas para receber os 40 mil participantes de 198 países esperados para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro de 2025, mas também para oferecer melhor qualidade de vida à população e aos futuros visitantes.
“Temos dois grandes legados: a exposição que a região vai ter e as obras que vão ficar. Muitas delas foram construídas para a COP, mas não serão usadas só por quem vier durante os 12 dias de evento — ficarão para a história de Belém e vão gerar emprego, renda e desenvolvimento para toda a região”, afirmou.
Ele destacou que um importante legado para a população de Belém e para todos que visitam a capital paraense é o Parque da Cidade. Inaugurado em julho de 2025, o Parque da Cidade está construído em uma área de 500 mil metros quadrados, onde funcionava um antigo aeroporto no bairro da Sacramenta. Desde sua inauguração, já recebeu mais de 670 mil visitantes antes de ser temporariamente fechado para a montagem das estruturas da conferência.
Dentro do pacote de R$ 6 bilhões de investimentos federais destinados à preparação da COP 30, Jader Filho destacou a retomada e conclusão da Estação de Tratamento de Esgoto Una (ETE Una) e a implantação do sistema de esgotamento sanitário do Complexo do Ver-o-Peso. Somados, os dois empreendimentos ultrapassam R$ 143 milhões em investimentos, provenientes de financiamentos, repasses da União e contrapartida do Governo do Pará.
Considerada a maior estação de tratamento de esgoto do Pará, a ETE Uma foi totalmente retomada em 2025 após anos de paralisação. Ela complementa o tratamento do esgoto oriundo de projetos como a Nova Doca e o Complexo do Ver-o-Peso, ambos cartões-postais de Belém.
A ETE Una, tem capacidade para tratar 475 litros de esgoto por segundo e vai atender 14 bairros de Belém — beneficiando cerca de 90 mil pessoas. “O Ver-o-Peso tem 125 anos e nunca teve o tratamento do seu esgoto. São cerca de 20 mil pessoas por dia circulando por ali. Agora, esse esgoto será devidamente tratado, o que é uma revolução sanitária para o bairro mais antigo e simbólico da cidade”, observou o ministro.
MACRODRENAGEM E URBANIZAÇÃO
Jader Filho ressaltou ainda que, com apoio do BNDES, 12 canais da periferia de Belém também estão recebendo obras de macrodrenagem e urbanização, o que permite a melhoria no sistema de saneamento, aperfeiçoa a mobilidade urbana e a infraestrutura para mais de 500 mil pessoas, o equivalente a 35% da população da capital.
Entre as intervenções de mobilidade, Jader Filho citou a renovação da frota de ônibus, com 265 novos veículos, parte deles elétricos, e a obra do BRT que ligará o aeroporto ao Parque da Cidade, principal sede dos eventos da COP 30.
“Uma grande transformação está na qualidade da mobilidade: energia limpa, ônibus com ar-condicionado e Wi-Fi. Isso muda a experiência do cidadão e a imagem da cidade. Fora as vias inteligentes e as obras de asfaltamento que o Governo do Estado está executando nas periferias”, afirmou o ministro.
PREVENÇÃO DE DESASTRES
Jader Filho também destacou o reforço nos investimentos federais em prevenção de desastres e obras de drenagem, uma das áreas mais sensíveis diante das mudanças climáticas. Segundo ele, quando assumiu o Ministério das Cidades havia apenas R$ 27 milhões disponíveis para todo o país.
“O presidente Lula elevou o orçamento para R$ 236 milhões e, no primeiro orçamento do governo, esse valor subiu para R$ 656 milhões. Fizemos uma seleção de obras de prevenção que somam R$ 20 bilhões, tornando nossas cidades mais resilientes”, disse.
O ministério também está financiando 200 planos de redução de risco em todo o Brasil. “Prevenção precisa ser prioridade permanente, não pode depender do governo da vez. Os eventos climáticos vão se intensificar, e nossas cidades precisam estar preparadas para absorvê-los”, completou.