A maior procissão católica do mundo, o Círio de Nazaré, tomou conta das ruas de Belém por mais um ano, neste domingo (12). A grande procissão saiu tradicionalmente da Catedral Metropolitana de Belém, às 7h30, com destino a Basílica Santuário, em um percurso de 3,6 quilômetros de oração e devoção à Nossa Senhora de Nazaré. Este ano, a expectativa era superar os 2,3 milhões de fiéis em relação ao ano anterior. A procissão chegou ao final às 12h.
A 233a edição da romaria reuniu milhões de devotos em uma celebração de fé, religiosidade e amor a padroeira dos paraenses. Às 6h, uma missa foi celebrada em frente a Igreja da Sé pelo Arcebispo Emérito de Belém, Dom Alberto Taveira. Em seguida, a procissão seguiu pelo centro de Belém, passando pelas avenidas Portugal, Boulevard Castilhos França, Presidente Vargas e Nazaré.
Adornada com flores brancas nobres, a decoração da berlinda foi assinada por Vando Nascimento e visava ressaltar a beleza de cada flor utilizada para ornamentar um dos ícones mais importantes do Círio. “A nossa expectativa é a de que ao passar pelos olhares atentos e fervorosos dos romeiros e devotos, as flores lhes transmitam muito amor, fé e paz da Mãe de Nazaré”, afirmou a Diretoria da Festa de Nazaré.
Ainda na madrugada, uma multidão de fiéis lotou a praça Dom Frei Caetano Brandão à espera do início da missa e da procissão. Segurando uma réplica da imagem de Nossa Senhora de Nazaré, Sônia Moraes, 66, pagava uma promessa em prol da cura de dois cânceres, no útero e no ovário, tradição que mantém desde 1992. Moradora de Ananindeua, ela chegou na Sé às 22h do sábado de Trasladação, e madrugou no aguardo pela procissão de domingo.
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“Todo ano eu venho para esse mesmo lugar. Chego por volta de dez horas da noite, vejo a passagem dEla. No domingo, eu participo da missa e acompanho a procissão até a Basílica. Este é o meu trigésimo Círio dessa forma e é mais uma oportunidade para agradecer por estar viva até hoje, apesar das dificuldades na minha saúde anos atrás”, disse a aposentada.
Testemunhos de Fé e Devoção
Em luto pela morte do marido, Tatiane Dias, 38 anos, cumpria promessa de joelhos, pedindo por força para lidar com diversas situações de dificuldade particular. “Meu marido faleceu no início do ano e eu passei por inúmeras situações difíceis. Me vi bem perdida e pedi a Nossa Senhora para me cobrir com o manto sagrado dEla, me abençoar, não me abandonasse e que eu não perdesse a minha fé. É o meu primeiro ano vindo de joelhos e eu agradeço muito porque tô conseguindo passar por esse processo com muito louvor”, relatou a empresária.
A casa própria, construída para o irmão, foi motivo para que Thaise Coutinho, 35 anos, acompanhasse a romaria com uma singela miniatura da residência na cabeça. Pela primeira vez ela agradeceria pela oportunidade de ajudar o familiar. “Eu pedi para Nossa Senhora para me ajudar a construir a casa do meu irmão e esse ano consegui essa graça. Então, eu vim pagar, esse é o primeiro ano. Hoje eu vou agradecer a Nossa Senhora pela graça que alcancei de ajudar a construir essa casa. O coração está a mil, mas vamos com fé. Eu quero fazer a minha caminhada até lá a Basílica e consiga concluir a minha caminhada”, contou.
