Falta exatamente um mês para o início da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá entre 10 e 21 de novembro, em Belém do Pará.
Aplicação será realizada pela Polícia Federal em todos os passaportes de brasileiros e turistas no embarque e desembarque do Aeroporto.

Falta exatamente um mês para o início da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá entre 10 e 21 de novembro, em Belém do Pará. O evento colocará a Amazônia no centro do debate climático mundial, atraindo chefes de Estado, negociadores, cientistas e representantes da sociedade civil de todos os continentes.

Desafios de infraestrutura e logística

Belém enfrenta uma verdadeira corrida contra o tempo para adequar sua infraestrutura urbana, hoteleira e de transporte. A cidade avança em obras de mobilidade, drenagem, portos, aeroportos e comunicação digital, mas ainda há preocupação com a capacidade de receber dezenas de milhares de participantes, em especial quanto à rede de hospedagem, que contará com navios-hotel ancorados na orla como solução emergencial.

Os governos federal, estadual e municipal atuam em conjunto, em parceria com a ONU e o Itamaraty, para garantir a segurança, a sustentabilidade e o bom funcionamento do evento. A COP30 exigirá coordenação intensa entre órgãos públicos e privados, com atenção especial à logística de transporte fluvial e aéreo, energia, coleta de resíduos e gestão ambiental das áreas do evento.

Desafios diplomáticos e climáticos

Além dos desafios práticos, há o peso simbólico e político: a COP30 será o espaço em que o Brasil apresentará seus avanços na agenda de descarbonização, bioeconomia amazônica e transição energética. Espera-se que Belém seja palco de negociações decisivas sobre o financiamento climático global e o cumprimento dos compromissos do Acordo de Paris.

Realizar a COP30 na Amazônia é um gesto poderoso — e desafiador. Significa colocar os povos da floresta, suas culturas e saberes tradicionais no centro das soluções para o clima. Mas também impõe ao Brasil a responsabilidade de mostrar coerência entre discurso e prática, conciliando desenvolvimento e preservação.

Em suma, Belém se prepara para viver um momento histórico e de grande visibilidade internacional, em que os desafios logísticos se somam à urgência climática — e onde o sucesso do evento poderá consolidar a Amazônia como protagonista da luta global contra o aquecimento do planeta.

Na última semana, o secretário Nacional de Mudança do Clima, Aloisio Lopes de Melo, destacou os principais desafios e prioridades do Brasil, que exercerá a presidência da COP30. Em encontro com cientistas na Finep, no Rio de Janeiro, ele reconheceu a enorme responsabilidade de liderar a conferência em um momento decisivo para o planeta.

Durante a reunião, pesquisadores cobraram maior protagonismo da ciência nas decisões da COP30, reforçando a necessidade de que políticas climáticas sejam guiadas por evidências e dados técnicos.

Aloisio Melo é um dos formuladores do Plano Clima, estratégia nacional que definirá as ações do país para enfrentar as mudanças climáticas entre 2024 e 2035.