
O ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), confirmou que o governo federal fará ajustes no limite de renda e no valor dos imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com o objetivo de expandir o acesso e recuperar o poder de compra dos beneficiários, especialmente das faixas 1, 2 e 3, que abrangem rendas de até R$ 8,6 mil e imóveis com valor de até R$ 350 mil.
Ainda não há mudanças previstas para a faixa 4, criada este ano, para renda de até 12 mil e imóveis com valor de até R$ 500,00. “O setor imobiliário vinha reivindicando ajustes para acompanhar o aumento dos juros e da inflação. É preciso haver vida fora do MCMV para sustentar o setor”, afirmou o ministro.
Segundo Jader Filho, a expansão do MCMV e o novo modelo de crédito visam impulsionar o setor da construção civil e aumentar a oferta de moradias acessíveis.
“Metade dos imóveis lançados no país está dentro das faixas do MCMV. Precisamos garantir que o programa continue atendendo quem mais precisa e que o mercado tenha condições de crescer”, destacou.
Empresários do setor, como Rubens Menin, também defendem a atualização como medida para recuperar a sustentabilidade econômica das construtoras e reduzir o déficit habitacional.
As medidas devem ser oficializadas após a conclusão dos estudos técnicos e podem entrar em vigor ainda no primeiro semestre de 2025, modernizando o principal programa habitacional do país e incluindo novas faixas voltadas à classe média emergente.
Faixas e Novos Valores do Minha Casa, Minha Vida
Atualmente, o programa é dividido em três faixas principais:
• Faixa 1: renda de até R$ 2.640;
• Faixa 2: até R$ 4.400;
• Faixa 3: até R$ 8 mil.
Com a atualização, o governo pretende corrigir os valores defasados pela alta da inflação e dos juros, que reduziram o poder de compra das famílias.
O ministro Rui Costa, da Casa Civil, determinou a formação de um grupo técnico para propor os novos parâmetros, que deverão ser apresentados nas próximas semanas.
Mais Recursos e Crédito Habitacional
O orçamento do FGTS para 2026 deve alcançar R$ 147 bilhões, dos quais R$ 125 bilhões serão destinados ao financiamento habitacional — um aumento de 7,7% em relação a 2025.
A expectativa é que o novo modelo de crédito, em análise pelo governo, permita usar mais recursos da poupança no Sistema de Financiamento Habitacional (SFH), ampliando as linhas de crédito para classe média.
Hoje, o SFH aplica 65% dos depósitos de poupança em habitação, com juros de 12% ao ano. O governo estuda elevar esse percentual para dinamizar o mercado.