Quando Pedro Rocha sofreu o pênalti e em seguida perdeu a chance do terceiro gol, a torcida que superlotou o Baenão ficou em silêncio por alguns segundos. Apesar disso, a marcação firme e a determinação da equipe asseguraram a vitória, resistindo bem à pressão do Athlético-PR nos 10 minutos finais. O resultado põe o Remo na 7ª posição, com 48 pontos, a apenas dois do 4º colocado, o Criciúma.
A movimentação das equipes no 1º tempo esteve dentro do padrão de equilíbrio da Série B, com predomínio dos duelos físicos e muitos erros de passe. Apesar disso, foi uma partida bem disputada e vibrante.
O Furacão chegou primeiro, em boa jogada de Zapelli, que recebeu bola na entrada da área e testou a perícia de Marcelo Rangel, que defendeu bem. A resposta veio três minutos depois: Panagiotis lançou bola na área, João Pedro foi mais rápido que os zagueiros e tocou de peito. Santos estava bem posicionado e agarrou.
Nos instantes finais, o zagueiro Kayky lançou bola alta na área, sob medida para Marcelinho aproveitar e bater de chapa, vencendo o goleiro. O gol deixou o Baenão em festa. A vantagem parcial ainda na primeira etapa era tudo o que o Remo precisava para se impor sobre o visitante.
O Athlético partiu com tudo em busca do empate no 2º tempo, com mudanças pontuais: Leo Derick no lugar de Fernando na lateral esquerda e o meia Dudu na vaga de Patrick. A postura recuada cedeu espaço para avanços rápidos e cruzamentos constantes em direção à área remista.
A zaga do Leão resistiu aos ataques do Furacão, que investia em jogadas de Luiz Fernando e Viveros pra cima dos zagueiros Klaus e Kayky. Aos 19 minutos, mais um dos 300 escanteios acabou levando ao gol atleticano: Marcelo Rangel fez grande defesa em cabeceio de Luiz Fernando, mas Dudu aproveitou o rebote para soltar uma bomba e empatar.
A reação azulina foi fulminante. Nico Ferreira roubou uma bola no lado direito do ataque, passou para Marcelinho, que cruzou para o cabeceio de Caio Vinícius, que entrava livre de marcação no centro da área. Um golaço.
A vantagem podia ter sido mais folgada. Aos 39’, Pedro Rocha recebeu passe em profundidade de Nico, entrou na área e driblou dois zagueiros. Acabou derrubado e pegou a bola para bater a penalidade. De volta ao time após várias rodadas, o artilheiro bateu rasteiro, mas a bola foi na trave direita de Santos e saiu pelo fundo.
Sem tempo para lamentar, o Remo se reposicionou para resistir ao jogo de abafa que o Athlético tentou fazer nos minutos finais. A atuação segura garantiu um resultado que mantém o Leão na briga pelo G4.
Guto emplaca sequência de três vitórias
Derrotar o Athlético deu ao Remo o terceiro triunfo seguido na competição, sequência que não havia conseguido até agora. Com isso, mantém vivo o sonho de conquistar o acesso. Não é tarefa fácil: precisa vencer pelo menos cinco das sete partidas que restam.
Como terá nas próximas rodadas mais duas partidas em Belém, contra PSC e Athletic, o Remo tem a possibilidade de ampliar a sequência. A presença do experiente Guto Ferreira no comando é reconhecida como essencial para a virada de página do time na competição.
Desde sua chegada, o Remo goleou o CRB, venceu o Operário fora de casa e agora passou pelo time que virou sensação depois de uma sequência de sete vitórias. Com ele, o time passou a ser mais atento à marcação e ágil no jogo pelas pontas, recuperando a confiança e a competitividade que mostrava no início do campeonato.
Papão faz contas e foca no clássico
Todo mundo sabe que o Re-Pa é sempre um acontecimento à parte, mesmo que valha pontos pela Série B do Campeonato Brasileiro. O jogo vale bem mais do que a mera disputa dentro da competição. O torcedor vê o clássico como um evento excepcional. O confronto da próxima terça-feira, 14, confirma plenamente essa condição.
Mesmo à beira do rebaixamento, respirando por aparelhos no campeonato, o PSC vai para o jogo munido de um único espírito: derrotar o maior rival para dar um mínimo de felicidade à sua torcida, uma espécie de consolo pela péssima campanha no Brasileiro deste ano.
Vencer virou questão de honra. Vale quase como a conquista de um troféu regional. Os bicolores encaram o duelo como uma batalha épica, na qual só a vitória tem cabimento. A base desse sentimento é a rivalidade entre os dois clubes, uma das mais longevas da história do futebol mundial.
Para enfrentar o tradicional adversário, que faz bela campanha na Série B, o PSC iniciou uma preparação que inclui a recuperação de jogadores importantes – Diogo Oliveira e Garcez, principalmente – e a busca de soluções para problemas evidenciados pela equipe nas duas últimas partidas, contra Cuiabá e Botafogo (SP).
Márcio Fernandes terá o retorno do lateral-esquerdo Reverson, que cumpriu suspensão, e deve manter a mesma formação de meio-campo utilizada até agora, com Ronaldo Henrique, André Lima e Denner.
Sem peças para mudar drasticamente a maneira de jogar, Márcio tenta ajustes para o jogo que pode significar as pazes com a torcida. Na verdade, o técnico sabe que só resta buscar forças na capacidade de superação.