Em um anúncio que pode entrar para a história do Oriente Médio, o chefe político do Hamas exilado da Faixa de Gaza, C, declarou nesta quinta-feira (9) o fim da guerra com Israel e o início de um cessar-fogo permanente. A declaração foi transmitida pela televisão e confirmada por agências internacionais como Reuters e Al Jazeera. Segundo al-Hayya, o grupo recebeu garantias dos Estados Unidos, de mediadores árabes e da Turquia de que o conflito, iniciado em 7 de outubro de 2023, chegou “definitivamente ao fim”.
“Hoje, anunciamos que chegamos a um acordo para pôr fim à guerra e à agressão contra nosso povo, iniciar a implementação de um cessar-fogo permanente, a retirada das forças de ocupação e a entrada de ajuda humanitária”, afirmou o líder.
Acordo de Cessar-Fogo e Liberação de Prisioneiros
O cessar-fogo prevê a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza, a reabertura da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, e a libertação de prisioneiros palestinos e reféns israelenses. De acordo com o Hamas, 250 palestinos condenados à prisão perpétua serão libertados, além de 1.700 detidos após o início da guerra, em outubro de 2023. Em troca, o grupo se comprometeu a libertar os reféns israelenses ainda mantidos em Gaza.
A passagem de Rafah será reaberta em ambas as direções, permitindo o fluxo de civis e de ajuda humanitária. Caminhões com alimentos, medicamentos e combustível devem começar a entrar no território nas próximas horas, segundo fontes diplomáticas citadas pela Al Jazeera.
Repercussão Internacional e Perspectivas Futuras
Repercussão internacional
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou o acordo e afirmou que a libertação dos reféns está prevista para a próxima semana. “Acho que será uma paz duradoura — espero que seja uma paz eterna. Paz no Oriente Médio”, declarou o republicano durante uma reunião de gabinete na Casa Branca, acrescentando que pretende viajar ao Oriente Médio para celebrar o cessar-fogo.
Governos da Turquia, Egito, Catar e Jordânia, que participaram das negociações, também comemoraram o anúncio. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a decisão “abre a porta para uma nova fase de reconstrução e reconciliação humanitária em Gaza”.
“O povo da Faixa de Gaza travou uma guerra como nenhuma outra que o mundo já viu, confrontando a tirania do inimigo, a brutalidade de seu exército e seus massacres”, afirmou o chefe político do Hamas, o chefe político do Hamas. Mesmo com o cessar-fogo, observadores internacionais destacam que a estabilidade ainda depende da implementação dos termos e do controle do território. Questões como a governança de Gaza, a presença militar israelense e o futuro político do Hamas permanecem em aberto.
Por ora, o anúncio é recebido com esperança cautelosa nas ruas de Gaza e em capitais árabes. Famílias aguardam a volta dos presos e o início de uma trégua que, se sustentada, pode encerrar um dos capítulos mais sangrentos do século.