O custo da cesta básica de alimentos apresentou redução em 22 das 27 capitais brasileiras no mês de setembro, em comparação com agosto, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em Belém, a queda foi de 2,10%, com o valor médio da cesta ficando em R$ 672,84. Oito dos 12 itens avaliados tiveram redução na capital paraense, com destaque para o açúcar cristal (-17,01%), seguido por tomate (-7,76%), pão francês (-3,15%), arroz agulhinha (-2,89%), leite integral (-2,46%), manteiga (-2,25%), feijão carioca (-1,85%) e café em pó (-1,36%).
No acumulado do ano, de dezembro de 2024 a setembro de 2025, nove produtos apresentaram queda em Belém, entre eles arroz agulhinha (-27,85%), açúcar cristal (-20,95%), feijão carioca (-13,11%), óleo de soja (-9,45%) e leite integral (-3,06%). Já no comparativo dos últimos 12 meses, cinco itens continuam em baixa: arroz agulhinha (-27,55%), açúcar cristal (-21,50%), feijão carioca (-11,37%), banana (-1,94%) e farinha de mandioca (-1,85%).
Em nível nacional, as maiores reduções foram registradas em Fortaleza (-6,31%), Palmas (-5,91%), Rio Branco (-3,16%), São Luís (-3,15%) e Teresina (-2,63%). Os menores valores médios da cesta básica foram observados em Aracaju (R$ 552,65), Maceió (R$ 593,17), Salvador (R$ 601,74), Natal (R$ 610,27) e João Pessoa (R$ 610,93), enquanto São Paulo manteve o maior custo, com R$ 842,26.
Para o presidente da Conab, Edegar Pretto, os dados indicam que as políticas de abastecimento e apoio à produção de alimentos adotadas pelo governo estão surtindo efeito. “A redução do custo da cesta básica em boa parte das capitais é sinal de que as políticas do Governo do Brasil de abastecimento e apoio à produção de alimentos estão funcionando. A Conab e o Dieese trabalham para garantir transparência nos preços e contribuir com ações que assegurem comida de qualidade e a preços justos na mesa das famílias brasileiras”, afirmou.
Entre os produtos analisados, o tomate apresentou queda em 26 capitais, variando de -47,61% em Palmas a -3,32% em Campo Grande, reflexo da colheita da safra nacional. Apenas Macapá registrou alta (4,41%). O arroz agulhinha também ficou mais barato em 25 capitais, com destaque para Natal (-6,45%), Brasília (-5,33%) e João Pessoa (-5,05%), resultado do recorde de produção da safra de 2024/25. O açúcar caiu em 22 capitais, com variações que vão de -17,01% em Belém a -0,26% em São Luís, devido ao aumento da produção nas usinas paulistas e à expectativa de maior oferta na Ásia.
O café em pó teve redução em 14 capitais, especialmente no Rio de Janeiro (-2,92%) e em Natal (-2,48%), enquanto as maiores altas ocorreram em São Luís (5,10%) e em Campo Grande (4,32%). Já a batata, coletada nas cidades do Centro-Sul, ficou mais barata em dez capitais, com destaque para Brasília (-21,06%), impulsionada pela colheita da safra de inverno. Belo Horizonte foi a única a registrar alta (3,07%).
A carne bovina de primeira teve comportamento misto: queda em 11 capitais, com destaque para Macapá (-2,41%), Natal (-1,13%) e São Luís (-1,03%), e alta em 16, sendo Vitória a maior variação positiva (4,57%).
O levantamento da Conab e do Dieese também apontou que, entre julho e setembro de 2025, o preço dos alimentos caiu em 25 das 27 cidades pesquisadas. Fortaleza liderou a redução trimestral com -8,96%, seguida por São Luís (-6,51%), Recife (-6,41%) e João Pessoa (-6,07%). As únicas altas foram registradas em Macapá (+0,94%) e em Campo Grande (+0,63%).
Desde 2025, a parceria entre Conab e Dieese ampliou a coleta de preços da cesta básica de 17 para 27 capitais, fortalecendo as políticas nacionais de segurança e abastecimento alimentar. Os primeiros resultados completos começaram a ser divulgados em agosto, com base nos dados de julho, consolidando o monitoramento como uma das principais ferramentas de acompanhamento do custo de vida no país.