Ministro do Pará diz que continuará no cargo para garantir projetos da COP30, apesar da pressão do União Brasil.
Ministro do Pará diz que continuará no cargo para garantir projetos da COP30, apesar da pressão do União Brasil.

O paraense Celso Sabino voltou a Brasília e confirmu que vai permanecer no comando do Ministério do Turismo, mesmo sob pressão do União Brasil. O ministro afirmou que não pretende deixar o cargo e que sua decisão é baseada na continuidade dos projetos em andamento, especialmente os ligados à COP30, que será realizada em 2025, em Belém (PA).

De volta à capital federal, Sabino disse que permanecer no governo é uma forma de garantir a execução das ações que considera fundamentais para o turismo e o desenvolvimento regional. “Fico por lealdade ao presidente Lula e por acreditar na importância do trabalho que estamos fazendo pelo país”, declarou.

Natural do Pará, o ministro avaliou como injusta a decisão do União Brasil de pedir seu afastamento. “Respeito o partido, mas acredito que há um equívoco de avaliação. Nosso trabalho é técnico e republicano, voltado ao crescimento do setor e à geração de empregos”, afirmou.

A posição de Sabino provocou forte reação do presidente nacional do União Brasil, Ronaldo Caiado, que classificou a atitude do ministro como uma “imoralidade ímpar” e o chamou de “traidor”. Para o governador de Goiás, não é possível “ser soldado de Lula e do União Brasil ao mesmo tempo”.

Diante da resistência do ministro, a direção nacional do partido decidiu afastá-lo das atividades partidárias por 60 dias e encaminhar o caso ao Conselho de Ética, que pode determinar sua expulsão. O diretório estadual do Pará, reduto político de Sabino, também foi colocado sob intervenção.

Críticas e Repercussão

Questionado sobre as críticas de CaiadoCelso Sabino respondeu com ironia: “Quando ele tiver 1,5% nas pesquisas, eu respondo”. A frase repercutiu entre aliados e expôs o racha interno no União Brasil, que vive uma disputa entre a ala governista e a oposição ao Palácio do Planalto.