Exército terá 1.400 militares garantindo segurança nas romarias do Círio

Belém e Pará - Com fé, disciplina e tradição, o Exército Brasileiro terá papel decisivo na realização do Círio de Nazaré 2025, em Belém. Cerca de 1.400 militares do Comando Militar do Norte (CMN) estarão em ação durante três momentos principais da festividade: a Romaria Fluvial e a Trasladação, no dia 11 de outubro (sábado), e a grande procissão do Círio, no domingo, 12 de outubro.

A missão das tropas é garantir a segurança e o bom andamento das romarias, preservando a integridade dos fiéis e o respeito aos símbolos religiosos. O apoio do Exército é considerado essencial pela organização do evento, tanto na proteção da berlinda quanto no controle do fluxo durante os trajetos percorridos por milhares de romeiros.

Um dos momentos mais críticos da operação ocorre na Pedra do Peixe, no Ver-o-Peso, logo após a saída da imagem peregrina da Catedral Metropolitana de Belém. É ali que os militares formam uma barreira de proteção para permitir a amarração da corda à berlinda — um momento de grande emoção e simbolismo para os devotos.

A operação exige sincronia, concentração e força física, mas também sensibilidade. “Agimos com disciplina e profundo respeito pela fé do povo de Belém. É um instante de fé e coesão”, descreve o General de Brigada Nagy, chefe do Centro de Coordenação de Operações do CMN.

“Fé e missão lado a lado”

Durante as romarias, as tropas se dividem em frentes de atuação terrestre e fluvial. “Em cada um desses momentos, temos militares acompanhando a berlinda e garantindo que o percurso seja feito com fluidez e segurança, permitindo que a população se aproxime sem interrupções”, explica o General Nagy.

No Círio Fluvial, o Exército contará com embarcações de apoio médico e de segurança. Já na Trasladação e no Círio principal, os militares se distribuem ao longo do trajeto, ajustando a velocidade e controlando o acesso das multidões.

No ponto final, na Praça Santuário, a tropa isola a área de chegada da berlinda, controlando a movimentação de promesseiros e devotos.

Relatos de quem vive a devoção fardado

O Tenente Martins, que atua há três anos na linha de frente da procissão, resume o sentimento de quem serve nessa missão: “A parte mais difícil é conter a emoção. Quando ingressei na Força, achei que essa era a melhor forma de cumprir minha promessa com Nossa Senhora: estar ali, servindo junto ao povo.”

Já a Tenente Débora Paraense, devota e integrante da Operação Círio, define a experiência como única: “Participar das procissões é um privilégio. Viver o Círio como militar e devota é indescritível. A fé se mistura à missão — e isso nos dá força para cumprir tudo com excelência.”

Tradição e parceria com o povo paraense

A presença do Exército no Círio é histórica e contínua, remontando às primeiras edições da festa. Ao longo das décadas, a atuação militar tornou-se símbolo de apoio logístico e respeito à religiosidade popular.

Segundo Antônio Sousa, coordenador do Círio 2025, a parceria é indispensável: “O Exército realiza esse trabalho com maestria e serenidade. Sem esse apoio, seria difícil conduzir a caminhada. Eles garantem segurança e confiança à multidão.”

Preparação antecipada e treinamento técnico

Antes das procissões, as equipes realizam reconhecimento das rotas e ensaios técnicos nos quartéis do CMN. Os militares são instruídos sobre dinâmica das romarias, isolamento de áreas, técnicas de apoio aos promesseiros e atendimento emergencial.

Os treinamentos têm como objetivo assegurar disciplina, eficiência e integração entre as tropas e os demais órgãos envolvidos na operação — como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal.