Você sabe o que é o Parque de Bioeconomia da Amazônia?

Belém e Pará - O Governo do Pará, por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), deu um passo estratégico rumo à bioeconomia amazônica ao entregar oficialmente ontem o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia. O complexo instalado em Belém, no Porto Futuro II (armazéns 5 e 6 do antigo Porto de Belém), foi pensado para combinar floresta, ciência e empreendedorismo. É o único parque tecnológico do planeta que usa o potencial da floresta para atender comunidades tradicionais e startups da área.

Projetado como ecossistema tecnológico e produtivo, o Parque funcionará como laboratório-fábrica, espaço de prototipagem e centro de negócios. A estrutura oferecerá serviços de planejamento estratégico, assessoria jurídica, branding e conexão com investidores, com foco nos chamados bionegócios — produtos e serviços de valor agregado extraídos de maneira sustentável da floresta amazônica.

A meta é que o Parque opere de forma autossustentável, com governança multissetorial que reúna instituições privadas especializadas, setor público e comunidades tradicionais.

Dentro do Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio) — primeiro do tipo no Brasil, com 122 ações planejadas — o parque figura como obra estruturante e símbolo de inovação regional.

O valor total do investimento do Parque foi cerca de R$ 300 milhões, por meio da parceria entre governo e a Vale, dentro do Programa Estrutura Pará.

No ato de entrega do espaço foram celebrados acordos de patrocínio do Parque com as empresas Natura, Ambipar e o Fundo Vale.

Importância para a Amazônia e a COP 30

“Hoje, nós temos o privilégio, a oportunidade extraordinária da entrega do Parque de Bioeconomia da Amazônia, o mais importante equipamento de bioeconomia do mundo, e nós temos que nos orgulhar disto. Se trata de um investimento com o propósito de fazer a industrialização, a transformação produtiva de produtos advindos da floresta, sejam do produto mais simples ao mais complexo, com equipamentos do que há de mais moderno na oferta do mercado nacional e internacional. Lembrando que os produtos são nacionais, mas são tecnologias de ponta”, disse o governador Helder Barbalho

O objetivo é, neste Parque de Bioeconomia, prosseguiu Helder, construir o ambiente para promover atividades econômicas baseadas na riqueza da biodiversidade amazônica, para que com isto nós consigamos extrair da nossa biodiversidade as riquezas. E é importante registrar que, em 2019, nós tínhamos apenas 200 negócios advindos da bioeconomia. Nós chegamos este ano a 800 negócios”, afirmou.

Legado permanente da COP 30

O lançamento do Parque ganhou contornos ainda mais simbólicos por estar alinhado à realização da COP 30 em Belém, em novembro de 2025. A expectativa é que ele se converta em um legado permanente da conferência climática, vinculando decisões globais à ação local na floresta amazônica.

O espaço será um atrativo para parcerias com empresas de tecnologia, instituições acadêmicas nacionais e internacionais e investidores interessados no universo verde. Entre os nomes já envolvidos em conversas e apresentações estão Nestlé, Mercado Livre e Carrefour Brasil.

“Quero desejar sucesso a todos aqueles que utilizarão esse espaço para o seu empreendimento, para novos negócios, e também, como nós já vimos, para ampliação dos negócios já existentes. E a gente pode aqui testemunhar o potencial que nós temos de crescimento. Eu quero que cada um imagine isso aqui sendo um centro de negócios, um centro de transformação e crescimento da nossa economia. Parabéns a todos que construíram”, disse a vice governadora Hana Ghassan.