O meia Everton Ribeiro, capitão e camisa 10 do Bahia, revelou nesta segunda-feira (6) que foi diagnosticado com câncer na tireoide há cerca de um mês. A notícia foi compartilhada por meio das redes sociais, um dia após a vitória do Tricolor de Aço sobre o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro.
O jogador de 36 anos informou que já passou por cirurgia para remoção da glândula, realizada nesta segunda-feira, e que o procedimento foi um sucesso. Em sua mensagem, Everton agradeceu o apoio da família, dos torcedores e dos colegas de equipe:
“Oi, amigos. Preciso compartilhar uma notícia com vocês. Há cerca de um mês, fui diagnosticado com um câncer na tireoide.
Hoje fiz a cirurgia e tudo correu bem, graças a Deus. Sigo em recuperação, com fé e com o apoio da minha família e de vocês. Obrigado por cada oração e carinho. Ter vocês ao meu lado faz toda a diferença.
Tenho certeza de que vamos vencer mais essa batalha juntos.”
A mensagem gerou grande comoção entre torcedores e outros jogadores, que encheram as redes sociais com palavras de apoio e solidariedade.
O Bahia ainda não divulgou previsão de retorno do atleta aos gramados. Com a pausa da data Fifa, o próximo compromisso do clube será o clássico Ba-Vi, válido pela 28ª rodada do Brasileirão, no dia 16 de outubro, às 21h30, no Barradão, em Salvador.
Entenda o câncer de tireoide
O câncer de tireoide é uma neoplasia que afeta uma pequena glândula localizada na parte frontal do pescoço, logo abaixo do pomo de Adão. Com formato semelhante ao de uma borboleta, a tireoide regula funções vitais como metabolismo, humor, temperatura corporal e frequência cardíaca.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo de tumor foi o terceiro mais frequente entre as mulheres nas regiões Sudeste e Nordeste em 2022. Apesar disso, a doença tem alta taxa de cura — cerca de 95% dos casos são resolvidos quando diagnosticados precocemente.
Sintomas e diagnóstico
Na maioria das vezes, o câncer de tireoide é assintomático. A presença de nódulos no pescoço, rouquidão persistente e dificuldade para engolir podem ser sinais de alerta. O exame clínico com palpação da região cervical é uma das formas mais comuns de detecção, mas não substitui avaliação médica.
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É importante destacar que o câncer de tireoide não altera, necessariamente, os níveis de hormônio TSH no sangue, o que limita a eficácia de exames laboratoriais na detecção precoce da doença.
Fatores de risco
Alguns fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver câncer de tireoide incluem:
- Sexo feminino (a doença é até 3 vezes mais comum em mulheres)
- Faixa etária entre 40 e 50 anos (mulheres) e 60 a 70 anos (homens)
- Histórico familiar da doença
- Exposição à radiação, inclusive em tratamentos médicos anteriores
- Alimentação pobre em iodo
- Sobrepeso e obesidade
- Presença de síndromes genéticas específicas
Tipos de câncer de tireoide
Os tumores na tireoide são chamados de carcinomas e são classificados em:
- Carcinomas diferenciados:
- Papilífero (mais comum, entre 50% e 80% dos casos)
- Folicular (15% a 20%)
- Células de Hürthle
- Carcinomas pouco diferenciados e indiferenciados:
Representam cerca de 10% dos casos cada e tendem a ser mais agressivos.
Tratamento e prognóstico
O tratamento mais comum é a cirurgia (tireoidectomia total ou parcial), muitas vezes seguida de reposição hormonal ao longo da vida. Dependendo do caso, o paciente também pode passar por radioterapia, hormonioterapia, terapias-alvo ou, mais raramente, quimioterapia.
Com diagnóstico precoce, a taxa de cura é bastante alta, o que reforça a importância dos exames de rotina e da atenção aos sinais do corpo.
