SÓ UM MILAGRE

Papão não consegue sair da UTI na Série B

Atual lanterna e no Z4 durante quase todo o campeonato, time bicolor até mantém discurso otimista, mas números e desempenho jogam contra.

Números apontam quase 95% de chance de rebaixamento, mas o técnico Márcio Fernandes segue agarrado à esperança de salvação - Foto: Jorge Luis Totti/PSC
Números apontam quase 95% de chance de rebaixamento, mas o técnico Márcio Fernandes segue agarrado à esperança de salvação - Foto: Jorge Luis Totti/PSC

A velha máxima que diz que “enquanto houver vida, há esperança” segue sendo abraçada pelo técnico Márcio Fernandes e pelos jogadores do Paysandu. Eles ainda pregam confiança no que diz respeito à permanência do time na Série B do Brasileiro de 2026. Mas, se entre os integrantes do elenco bicolor ainda existe otimismo, boa parte dos torcedores já “jogou a toalha”, acreditando que o Papão será um dos participantes da Terceirona do ano que vem. Os dígitos da calculadora apontam que o quadro clínico do clube é realmente delicado. Afinal, são remotas as possibilidades do time deixar a “UTI” com vida ao término do campeonato. Portanto, sendo mais provável, conforme revelam os números, que o time siga para cemitério da Terceirona.

O Paysandu encerrará a 30ª rodada da Série B, que será concluída neste domingo, na lanterna da Segundona. Algo que não é nenhuma surpresa para os torcedores do clube. Em 13 rodadas – já incluída a que vem sendo disputada -, o Papão esteve na 20º colocação. A equipe bicolor só não frequentou a zona de “degola” do campeonato três vezes, um forte indício de que a queda é mesmo inevitável, conforme mostra a história da competição. Em outras temporadas, times que apresentaram o mesmo baixo desempenho acabaram não escapando do descenso. Como exemplo, o Guarani-SP, em 2024, que virou o dono da lanterna do campeonato, algo parecido com o que faz o Paysandu este ano.

Retrospecto do Papão é o pior possível

O Brasileiro de pontos corridos, seja na Série A ou B, normalmente premia (ou pune) a regularidade do participante ao longo da maratona de 38 rodadas. E, lamentavelmente, para o torcedor bicolor, o retrospecto do Papão na competição é o pior possível. Somente, como já dito, em três rodadas o time paraense esteve fora do Z4. Logo na 1ª rodada e, depois nas 17ª e 18ª rodadas, mas neste último caso sempre ali por perto do “precipício” da zona de morte. Diante de campanha tão pífia, as probabilidades de queda do time, claro, são simplesmente assustadoras, o que faz com que grande parte da Fiel já dê a queda como algo consumado.

Os números apresentados por todos os sites de projeções matemáticas do futebol apresentam números que conspiram contra a permanência do Papão na Segundona no ano que vem. Para ficarmos em apenas dois deles, o Chance de Gol e o do Departamento de Matemática, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sempre consultados pelo DIÁRIO, mostram mais de 90% de probabilidade de rebaixamento do time. O Chance dá 92,9% e o Departamento 94,2%. Diz o dito popular que os números não mentem jamais. Sendo assim, só resta uma esperança aos torcedores do Papão: aproveitar o Círio de Nazaré e pedir, no próximo domingo, um milagre à imagem da Padroeira dos paraenses.

Ordem é manter os jogadores motivados

Enquanto houver bambu há flecha. Inspirado na máxima, o técnico Márcio Fernandes continua acreditando na permanência do Paysandu na Série B na temporada do próximo ano. E nem poderia ser diferente, afinal de contas um comandante não pode desmotivar sua tropa a continuar combatendo. Mesmo reconhecendo, possivelmente em seu íntimo, que a guerra está sendo perdida, o time ainda terá pela frente oito batalhas, e o treinador segue municiando os seus comandados com doses de motivação, como revelou após o empate diante do Cuiabá, na rodada passada.

“Não posso chegar aqui e falar que vai ser fácil. Não é fácil, mas não posso nunca desistir. Enquanto nós tivermos chance vou continuar lutando, vou continuar acreditando que é possível mesmo sabendo das dificuldades que vamos ter”, declarou Fernandes na entrevista pós-jogo. Chamado às pressas para tentar livrar o time da queda, como fez milagrosamente no ano passado, o treinador retornou à Curuzu, mas encontrou um cenário bem diferente ao de 2024, quando o clube contava com um elenco bem mais qualificado.