Os serviços do governo dos Estados Unidos foram interrompidos nesta quarta-feira, 1º de outubro, por força do “shutdown”, uma paralisação generalizada por falta de recursos federais. A interrupção foi motivada pela ausência de acordo entre Democratas e Republicanos na aprovação da lei orçamentária do país norte-americano, levando a uma interrupção na prestação de serviços na máquina administrativa dos EUA. O DIÁRIO conversou com um especialista para entender como essa medida pode afetar o Brasil. Confira:
Com o “shutdown”, o governo dos EUA entra em colapso orçamentário e vai precisar adequar as despesas dentro de um orçamento ainda não aprovado. “Isso vai criar problemas sobretudo na máquina administrativa americana, podendo gerar desemprego, atraso no pagamento de salários, atraso no pagamento de fornecedores e aí entra a economia brasileira: se o brasil vender o produto para os Estados Unidos e o governo não tem como pagar, pode ter impacto na economia local”, explica o economista e professor de Mercado Financeiro de Universidade de Brasília, César Bergo. Portanto, o impacto ao Brasil seria de forma indireta e não direta.
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Segundo o especialista, o colapso financeiro é apenas um dos pontos enfrentados pelos americanos. “Isso cria uma certa insegurança porque o governo vai ter que cortar despesas, atrasar pagamentos, além de mostrar a incapacidade política do governo americano na gestão do orçamento”, pontua o economista. O impasse entre o presidente Donald Trump e o Congresso Norte Americano é sobre gastos extras que impactam o fechamento das contas do país. “Os prazos estão praticamente esgotados, as consequência não serão positivas e isso pode gerar um prejuízo muito maior que simplesmente aprovar esse orçamento”, finaliza César Bergo.
Segundo a Reuters, essa é a 15ª paralisação do governo desde 1981. Os impactos incluem: suspensão de pesquisas científicas, retenção de salários dos militares e licença de cerca de 750 mil funcionários federais. Trump, cuja campanha para reformular radicalmente o governo federal está a caminho de demitir cerca de 300.000 trabalhadores até dezembro, alertou os democratas do Congresso que uma paralisação poderia abrir caminho para mais cortes de empregos.
