ENTRE COMETAS E CONSTELAÇÕES

Planetário do Pará celebra 26 anos aproximando ciência da sociedade

Com mais de 1 milhão de visitantes, Planetário do Pará celebra 26 anos de impacto

Com mais de 1 milhão de visitantes, Planetário do Pará celebra 26 anos de impacto
Com mais de 1 milhão de visitantes, Planetário do Pará celebra 26 anos de impacto. Foto: Agência Pará

Nesta terça-feira, 30 de setembro, o Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPPA) “Sebastião Sodré da Gama” completa 26 anos de dedicação à popularização da ciência na região Norte. Vinculado à Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), o CCPPA se consolidou como referência em educação não formal, conectando conhecimento científico ao público de todas as idades.

O nome do centro homenageia o cientista paraense Sebastião Sodré da Gama, ex-diretor do Observatório Nacional do Rio de Janeiro entre 1929 e 1951. Desde sua fundação em 30 de setembro de 1999, o Planetário do Pará tem como missão democratizar o acesso à ciência, com foco inicial em Astronomia. Em 2012, o espaço foi ampliado com a criação de um centro de ciências que integra as áreas de Matemática, Física, Química e Biologia.

Hoje, o CCPPA recebe visitas semanais de escolas públicas e privadas da capital e do interior paraense. Além das tradicionais sessões de cúpula, os visitantes participam de atividades interativas com linguagem acessível e lúdica. Experimentos de química e física, jogos matemáticos, observações ao microscópio digital e uma coleção zoológica com cerca de 300 espécies são algumas das atrações disponíveis.

Histórias que brilham: como o Planetário transforma vidas há 26 anos
Histórias que brilham: como o Planetário transforma vidas há 26 anos

Espaços como a Física Interativa e o ambiente de Química são projetados para tornar o aprendizado envolvente. A Exposição de Crânios de Hominídeos e a Brinquedoteca do Tião, voltada para o público infantil, também integram a estrutura do centro.

Desde sua inauguração, o CCPPA já recebeu mais de 1,12 milhão de visitantes em palestras, oficinas, observações do céu e eventos científicos. Apenas entre janeiro e setembro de 2025, mais de 100 mil pessoas participaram das atividades oferecidas.

Segundo o diretor do centro, José Roberto Silva, esses números refletem o impacto do espaço:

“As atividades desenvolvidas aqui promovem a socialização do conhecimento e aproximam a universidade da sociedade paraense. O sucesso é fruto do trabalho comprometido de estagiários, técnicos e docentes que atuam no centro”, destaca.

Formação e Encantamento

Atualmente, 23 estagiários integram a equipe do CCPPA. Entre eles, Laysa Ferreira, estudante do 4º semestre de Licenciatura em Física na Uepa, completa um ano como monitora nas áreas de Astronomia e Física.

“Aqui desenvolvi minha didática e aprendi a lidar com o público, o que também me ajudou na vida acadêmica”, conta.

Além do aprendizado técnico, como manuseio e manutenção de telescópios, Laysa destaca experiências inesquecíveis:

“Observar o cometa do século, a superlua e o Sol me fez ter certeza de que quero trabalhar com isso. É mágico”, afirma.

Ulla Vasconcelos, servidora do setor de agendamento desde 2008, compartilha do mesmo entusiasmo:

“O Planetário é como uma segunda casa. Tenho orgulho de fazer parte desta equipe há 17 anos”, declara.

Ciência que toca e transforma

A estudante Fernanda Souza, do 2º ano do Ensino Médio da E.E.E.F.M. Professora Maria Araújo de Figueiredo, participou de uma visita escolar ao Planetário e relata a emoção da primeira experiência:

“Aprendi sobre a origem da vida de forma muito didática. Ver as constelações tão de perto foi impactante. Me senti no espaço.”

Fernanda participou da sessão “Os Eukarya representados pelas constelações”, criada pelos professores da Uepa Antonio Sérgio Silva de Carvalho e Reginaldo de Oliveira Corrêa Júnior. A apresentação conecta animais dos biomas terrestres a constelações visíveis na Amazônia, mesclando ciência, mitologia e cultura.

Um céu sem luzes artificiais

Gabriel Condurú, técnico em Física do CCPPA, destaca que o Planetário permite uma experiência única: ver um céu escuro e estrelado, raridade nas cidades modernas.

“A poluição luminosa nos afastou do céu. Aqui, as pessoas se encantam com o que muitas vezes não podem ver na vida real”, afirma.

Gabriel é um dos planetaristas que operam o equipamento Zeiss Skymaster ZKP-3, capaz de projetar cerca de 7 mil estrelas, além de planetas, constelações e a Lua na cúpula Kwarahy.

“É emocionante ver os olhos das crianças brilharem quando as estrelas surgem na cúpula. É um momento de puro encantamento”, finaliza.