Maurício Kubrusly chega aos 80 anos neste domingo (28), longe das câmeras e da rotina agitada do jornalismo que marcou sua vida profissional. Um dos repórteres mais icônicos do país, que durante décadas levou ao público histórias curiosas e emocionantes do Brasil, hoje vive em reclusão no sul da Bahia, onde enfrenta os desafios da Demência Fronto Temporal (DFT).
A esposa, Beatriz Goulart, fez questão de registrar a data em uma homenagem nas redes sociais. “A primavera é quando ninguém acredita, e ressuscita por amor”, escreveu na publicação no Instagram.
Com uma trajetória de 34 anos na TV Globo, Kubrusly se despediu oficialmente da emissora em maio de 2019. Antes disso, já havia se afastado da telinha por problemas de saúde. Seu trabalho ficou marcado pelo quadro “Me Leva, Brasil”, exibido no Fantástico entre 2000 e 2017, no qual rodava o país em busca de personagens inusitados e histórias singulares que ajudavam a revelar o mosaico da cultura brasileira.
Em agosto de 2023, uma reportagem especial do Fantástico revelou que Kubrusly havia se mudado para a Bahia, em busca de mais tranquilidade após o diagnóstico. A matéria destacou que ele passa os dias ao lado da esposa e do cachorro Shiva, companheiro constante de caminhadas à beira-mar. “Deixou São Paulo do coração para mergulhar na natureza depois que foi diagnosticado com Demência Fronto Temporal (DFT). A memória se foi, mas, como ele sempre diz, permanece sua enorme paixão pela vida e pela gente brasileira”, dizia o programa.
A DFT é a mesma condição que acomete também o ator Bruce Willis. Trata-se de uma doença degenerativa que afeta a região frontal do cérebro, alterando comportamento e personalidade, provocando alterações de humor. Entre os sintomas, estão episódios de apatia ou desinibição, agir de forma irresponsável ou se tornar incapazes de se colocar no lugar do outro.
A importância e o legado de Kubrusly não ficaram restritos ao noticiário televisivo. Sua trajetória foi eternizada em um documentário produzido pelo Globoplay, “Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar Por Aí”, que recupera histórias e bastidores de sua carreira, reafirmando o papel decisivo que ele teve no jornalismo brasileiro.