Neymar, Ronaldo e Adriano.
O que une esses três nomes, além da camisa da seleção brasileira, é o talento — três grandes atacantes que, talvez, tenham sido os últimos a se destacar com brilho próprio após a geração de Careca, Romário e Bebeto.
Não se discute a relevância de nenhum deles. Cada um tem sua trajetória e merece o devido respeito pelo que fez em campo.
Ronaldo, que foi do caos ao paraíso entre 1998 e 2002, talvez seja o maior exemplo de superação de um atleta nas últimas décadas. Da convulsão momentos antes da final da Copa do Mundo na França à grave lesão na Inter de Milão, o Fenômeno calou quem já o dava como aposentado. Superou a contusão mais grave de sua carreira e foi um dos grandes nomes na conquista do Penta, na Ásia. Depois, mesmo fora de forma, escreveu mais um capítulo importante no futebol, dessa vez com a camisa do Corinthians. Parou no alto, ainda sendo decisivo.
Adriano, o Imperador, era grande não só na estatura, mas também no futebol. Dono de um chute potente e muita categoria, brilhou na Itália e segue sendo idolatrado pela torcida do Flamengo. Decidiu parar por escolha própria, mesmo com lenha para queimar. Com a vida financeira resolvida, optou por viver o lado bom da vida — cercado da família e dos amigos na Vila Cruzeiro.
Neymar, por sua vez, é o mais midiático dos três — e também o que mais faturou com a bola. Talvez o mais talentoso, embora isso nem sempre tenha se traduzido em campo. Seu auge foi ao lado de Ganso no Santos e, depois, com Messi e Suárez no Barcelona. A partir daí, escolhas equivocadas e uma sequência de lesões abalaram sua carreira. Hoje, virou pauta fixa em lives e mesas-redondas: deve ou não estar na seleção? Merece ser titular no Santos, que briga contra o rebaixamento? O fato é que, sem ele, o time vence e respira; com ele, pouca coisa funciona. Aos 33 anos, Neymar parece caminhar, em câmera lenta, para o fim da carreira — não por falta de talento, mas por um corpo que já não acompanha o que os pés ainda gostariam de fazer.
Arrisco dizer: não veremos jogadores desse nível nos próximos dez anos.
Esqueçam Raphinha, Vini Jr. e outros nomes da nova geração — ainda que talentosos, não pertencem ao mesmo patamar.
Três grandes nomes que brilharam intensamente no futebol mundial e que, ao deixarem os campos, nos tornam órfãos de um tipo raro de jogador. Cada um, à sua maneira, deixou sua marca — e merece ser compreendido.
Voltamos a qualquer momento.