Com a aproximação do Círio de Nazaré, os motoristas de táxi de Belém esperam aumentar de forma significativa o faturamento em outubro. “Em média dá uns 40% de aumento no nosso faturamento em outubro se comparado com setembro”, calcula Cássio Pantoja, taxista e sócio de uma cooperativa em São Brás. “Para a gente é o nosso segundo décimo terceiro salário. O oficial é em dezembro, quando a bandeira 2 vale o dia inteiro, e depois vem o Círio”, reforça.
Na semana passada, o Dieese Pará divulgou uma expectativa otimista: o número de turistas durante o feriado religioso deve crescer cerca de 12% neste ano, chegando a 100 mil visitantes externos. Para Pantoja, o movimento começa antes mesmo da procissão. “Nós recebemos muitas pessoas que vêm uma, duas, três semanas antes e ficam hospedadas em casas de parentes ou hotéis. As pessoas querem aproveitar a cidade com mais calma do que só no dia do Círio. É um fluxo grande”, afirma.
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Com 35 anos de praça, Augusto Martins, 59, que trabalha em frente à Basílica, confirma o impacto. “Olha, eu tirei hoje 350 reais. Na semana do Círio a gente fatura diariamente cerca de 500 reais”, diz. Sobre a concorrência com o Uber, ele garante que não sente prejuízo. “Eu trabalho na praça por todo esse tempo e não tenho do que reclamar. Tenho um carro econômico, faço o horário desde de manhã até de noite. Tem que gostar de trabalhar e eu gosto. Quando a pessoa é preguiçosa, aí diz que não dá”, opina.
Entre os motoristas de aplicativo, a expectativa também é alta. “O Círio é a segunda melhor época. A nossa melhor época é em dezembro. A minha expectativa é conseguir fechar pelo menos 2 mil reais na semana do Círio”, projeta Fernando Fernandes, 54. Ele já mira outros grandes eventos. “Eu acho que a COP vai ser ainda melhor. Quero fazer de 5 a 6 mil nos 15 dias”, completa. De acordo com o Dieese, os turistas devem injetar cerca de R$ 200 milhões na economia da capital paraense durante o período do Círio.
