CONSCIENTIZAÇÃO

Santa Casa lança manual para fortalecer a doação de órgãos no Pará

A doação de órgãos envolve uma série de cuidados que precisam ser adotados para garantir que o transplante se concretize e vidas sejam salvas

Santa Casa lança manual para fortalecer a doação de órgãos no Pará

A doação de órgãos envolve uma série de cuidados que precisam ser adotados para garantir que o transplante se concretize e vidas sejam salvas. Para auxiliar neste processo, como parte da Programação Estadual da Campanha de Doação de Órgãos e Tecidos – Setembro Verde, a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA) lançou, nesta quinta-feira (25), o Manual de Manutenção do Potencial Doador.

O documento desenvolvido pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOT) da Santa Casa e validado pela Central Estadual de Transplante (CET) da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa) informa sobre o processo de identificação e manutenção do possível doador, etapas fundamentais para a concretização do transplante.

Em cerimônia realizada no auditório do Centro de Ensino e Treinamento em Saúde (CETS) da Santa Casa, em Belém, a diretora técnica assistencial da Fundação, Dra. Norma Assunção, explicou que a Santa Casa começou esse processo de manutenção do potencial doador através das capacitações, o que impactou diretamente o número de transplantes realizados no Estado hoje. “A nossa CIHDOT conseguiu trabalhar a nossa equipe interna para estar preparada para reconhecer um paciente com morte encefálica. Isso possibilitou aumentar o número de doação e captação de órgãos dentro do nosso estado”, destacou. “E possibilitou também a essa instituição aderir ao projeto do transplante, começando pelo transplante renal pediátrico, e atualmente o transplante hepático adulto”.

A diretora lembrou que o transplante renal pediátrico foi o primeiro implantado na Santa Casa. Desde então, no conjunto de toda a atividade, já foram realizados um total de 42 transplantes do tipo, sendo seis apenas em 2025. Com relação ao transplante hepático, um total de 26 transplantes já foram realizados desde que o serviço foi iniciado na instituição. “Somente no ano passado nós fizemos 12 transplantes de fígado, o que dá um por mês. E neste ano, até hoje (25 de setembro), nós já realizamos 10 transplantes e ainda temos três meses pela frente. Esperamos que a gente consiga aumentar o número de transplantes hepáticos em relação ao ano passado”.

Para exemplificar a importância do processo de manutenção do potencial doador, Norma Assunção lembrou de um caso ocorrido na última semana, quando uma família concordou em fazer a doação dos órgãos de uma criança. “Nós tivemos uma criança que foi doadora de órgãos, os pais dela fizeram esse ato da doação. E o mais bonito é que os rins dessa criança foram levados para Porto Alegre, foram 21 horas de isquemia de órgão [período desde a retirada do órgão do doador até o transplante no receptor]”, pontuou. “E esses órgãos possibilitaram o milésimo transplante renal pediátrico da Santa Casa de Porto Alegre. Olha a importância da manutenção do potencial doador. Se nós realmente não trabalharmos isso, como que a gente vai garantir chegar com esse órgão em condições para transplantar?”.

Manual de Doação de Órgãos e o Aumento de Transplantes

Médica da Central Estadual de Transplantes da Sespa, a Dra. Ana Beltrão destacou que o manual lançado será mais um instrumento para possibilitar que mais transplantes sejam realizados. “Esse manual vem ser um instrumento para facilitar o entendimento do que é a doação, de como abordar a família de potenciais doadores. Então, é muito bom que esse grupo da Santa Casa tenha se preocupado com isso para levar essa orientação para quem precisa”, afirmou. “Instrumentos como estes vão clarear um pouco sobre doação de órgãos em todos os níveis”.

Hoje, o Estado do Pará realiza o transplante renal de adultos e de crianças; o transplante de córnea, também realizado no município de Santarém; o transplante de medula óssea na sua forma autóloga (em que a medula óssea utilizada e a do próprio paciente) e aparentado; e o transplante de fígado. “O transplante renal infantil e de fígado são realizados na Santa Casa de Misericórdia, e o renal adulto no Hospital Ophir Loyola. E em Santarém e Redenção também é feito transplante renal”, finalizou.