Na noite desta quarta-feira, 24, foi entregue a reforma da parte externa da Catedral da Sé, na Cidade Velha, em Belém. O projeto durou 98 dias e foi concluído horas antes da reinauguração. A iniciativa partiu do empresário André Martha Tavares, que idealizou e custeou a obra com apoio de amigos.
“Há mais ou menos uns 25, 26 anos eu venho pensando nisso, porque a igreja, arquitetonicamente falando, é ímpar. Se você olhar de dia ou de noite, ela é a sentinela do Norte. Então, há muitos anos eu venho sonhando em reformar”, disse Tavares.
Segundo ele, o valor do restauro era elevado, mas em poucos dias a rede de benfeitores conseguiu reunir o necessário. “Toda segunda eu venho na igreja, passo meus cinco minutos rezando e depois vou para a obra. Nesse ano eu disse: ‘está na hora de eu fazer’. Então bati, falei com o monsenhor Agostinho [vigário da Sé]. No início ele ficou meio duvidoso, nunca tinha me visto na vida. Mas eu garanti que faria o restauro de graça, sem dinheiro do Estado nem do município. Era uma iniciativa minha, um sonho meu”, contou.
O projeto foi elaborado pela arquiteta Tainá Arruda, que também não cobrou pelo trabalho. A reforma incluiu reparo do reboco externo, limpeza, pintura, restauração de ilhós de portas e janelas, além da recuperação de peças metálicas dos sinos, iluminação e manutenção dos relógios. As torres chegam a mais de 40 metros de altura.
Durante a celebração de entrega, o arcebispo de Belém, dom Júlio Akamine, destacou o significado da obra. “Um olhar sem fé só vê parede, pedra, pintura e iluminação. Um olhar com fé detecta na fachada da catedral a revelação do mistério da presença de Deus em nosso meio”, disse.
Fiéis se reuniram na Praça Frei Caetano Brandão para acompanhar o acendimento das luzes e o show de fogos que marcou a inauguração. “A cidade precisava disso, principalmente agora que está chegando o Círio. É quando a gente mais aquece o coração. Eu achei deslumbrante”, avaliou Vanessa Figueiredo, 45, relações públicas.