
Bom de lábia, o português António Oliveira conseguiu se manter no cargo de técnico do Remo até este domingo, 21. Na prática, seu prazo de validade já estava vencido há algum tempo, e sua saída chega com considerável atraso. A diretoria azulina, em diversas ocasiões, optou por prestigiar o executivo Marcos Braz — verdadeiro padrinho de Oliveira — e permitiu que o Leão chegasse a esta altura da Série B um tanto distante do G4.
A demissão, portanto, não surpreende ninguém. Ao contrário: já vinha sendo cobrada pela torcida e pela realidade dos números. Em 14 jogos sob o comando do português, o Remo venceu apenas quatro vezes, empatou seis e sofreu quatro derrotas. Era um time que, fora de casa, até demonstrava valentia, mas diante da torcida entregava a paçoca.
Mesmo com uma avalanche de reforços, António não conseguiu dar identidade ao time. Na derrota para o Atlético-GO — adversário tecnicamente limitado — o Remo se mostrou um leão inofensivo, desorganizado, sem coordenação e sem qualquer proposta de jogo. Faltou técnica, sobrou suor, mas não havia plano algum que renovasse as esperanças dos mais de 14 mil torcedores presentes no Baenão.
Ainda restam 11 rodadas e o caminho para o acesso começa a ficar mais curto. Agora, só um verdadeiro milagreiro pode fazer esse time reagir. Se a recuperação não acontecer até o fim da temporada, o saldo vai para a conta do executivo que blindou o treinador até o limite — e pagou para ver o desastre acontecer.
Voltamos a qualquer momento…