Castanhal e Pará - Durante um novo depoimento, já na Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (DEAM), de Castanhal, José Benedito de Souza, vulgo “mais pólvora”, disse que apenas queria disciplinar sua companheira e não matá-la.
O motivo da tal “disciplina” seria porque José Benedito teria descoberto uma possível traição por parte de Ana, a qual, segundo o acusado, teria abortado um filho de outro homem. Ainda segundo ele, ela saia para as baladas enquanto ele estava na cadeia. “As pauladas era pra quebrar os braços dela, só, não era pra matar não”, disse José, alegando também estar arrependido. Ele também negou ter passado por cima do corpo da vítima com a motocicleta dela.
“Eu não fiz isso não, essa parte ai é mentira”, disse ele. Por outro lado, a mãe da vítima disse que a traição foi invenção do acusado e da irmã dele. “Ele vivia ameaçando ela, dizendo que, se ela fosse para outro estado, ia matar os familiares dela”, disse a mãe da vítima.
Detalhes do Crime
O bárbaro crime ocorreu na madrugada de quinta-feira (18), em frente a casa da vítima, no bairro Fonte Boa, em Castanhal. Segundo a Polícia Civil, horas antes do crime, José e Ana estiveram num motel, onde discutiram e, após ela pagar a conta, por pix, foram para a casa dela, onde ocorreu o feminicídio. O criminoso tinha saido da cadeia para passar as festas do Círio com a família e depois retornaria para o presídio.
Ele se entregou na manhã desta sexta-feira (19), na Seccional da Marambaia, em Belém, e depois foi apresentado na Delegacia da Mulher de Castanhal. José, que já responde por vários outros crimes, inclusive o de estupro, retornou para o sistema penitenciário com mais um crime “nas costas”, o de feminicídio e pagará suas penas no regime fechado. Ele disse que não era ex, e sim atual companheiro de Ana, com quem tem uma filha pequena. “Ela me visitava no presídio e toda vez que eu saia também visitava ela, mesmo a família dela sendo contra o nosso relacionamento”, disse o preso.