NAS ASAS DA ESPERANÇA

Fé, matemática e raça: o que o Paysandu precisa para se salvar na Série B

É fundamental que a confiança se mantenha viva entre os atletas, pois a pior receita em momentos de dificuldade é um grupo emocionalmente devastado

Foto: Matheus Vieira / Paysandu
Matheus Nogueira. Foto: Matheus Vieira / Paysandu

O goleiro Matheus Nogueira, que teve participação na jornada de reação do time na Série B de 2024, garantindo a permanência tranquila a partir da chegada do técnico Márcio Fernandes, declarou em boa hora que o elenco bicolor segue acreditando na salvação e que “ninguém jogou a toalha”. O pensamento não pode ser diferente.

A prolongada permanência na zona de rebaixamento, por 23 rodadas, exige nervos de aço e uma excepcional campanha de superação nas 12 rodadas finais do Brasileiro. Por enquanto, o Papão segue na lanterna, com 22 pontos, a 6 pontos do primeiro time fora da zona.

Os números negativos marcam a trajetória do PSC nesta Série B, como em nenhuma outra edição anterior. Foi a equipe que menos venceu – apenas quatro partidas – e uma das que mais sofreu derrotas, 12.

Caso encontre força e qualidade para conquistar 22 dos 36 pontos restantes, o Papão chegará a 44 e estará garantido na divisão, com um aproveitamento de 61%, acima do desempenho do líder Coritiba, que tem 60%.

Em casa, o PSC fará ainda seis jogos – Novorizontino, Cuiabá, Remo, Avaí, Coritiba e Amazonas. Para escapar, terá que vencer todos os adversários e buscar mais quatro pontos como visitante, contra Goiás, Criciúma, Botafogo-SP, Ferroviária, Atlético-GO e Athletic.

Nem tudo é pessimismo. Para embalar os sonhos de recuperação, cabe dizer que em 2024 o CRB se salvou com 43 pontos. A Ponte Preta foi a primeira do Z4 com 38 pontos. Em 2023, a Chape escapou da queda com pontuação ainda menor, 40 pontos; o Sampaio Corrêa foi o 17°, com 39.

Para fortalecer o elenco, o clube apresentou uma nova contratação. Quando ninguém mais esperava, foi anunciado ontem o meia Gustavo Nicola, 26 anos, que foi rebaixado com o CSA na Série C deste ano. Ele foi contratado após o fim da janela de transferências, que fechou no dia 2 de setembro, porque já estava livre no mercado.

Vem se juntar a outros jogadores oriundos das Séries C e D: Carlos Eduardo, João Marcos e Denilson. Coincidência ou não, nenhum emplacou até o momento. De qualquer forma, Nicola é uma alternativa para o esquálido setor de criação, que conta apenas com Denner no momento.

Jaderson precisa ter mais liberdade para jogar 

Segundo volante de formação com habilidades de meia-armador, Jaderson foi o maior destaque do Remo na campanha do acesso em 2024, mas não conseguiu se firmar na equipe titular na Série B. Depois de sofrer contusão grave no Re-Pa da decisão do Campeonato Paraense, permaneceu longe dos gramados por mais de um mês, o que comprometeu seu rendimento no retorno ao time.

Ocorre que Jaderson costuma ter participação intensa nas partidas e precisa de liberdade para transitar entre uma área e outra – um dos raros jogadores capazes de fazer isso no futebol paraense atual. Preso às determinações de Antônio Oliveira, com quem trabalhou no Atlético-PR, ele não tem tido chance de colocar em prática suas principais qualidades.

A capacidade de sair rapidamente de uma situação defensiva para a articulação ofensiva, característica de Jaderson, fica travada pelas obrigações de recompor pelos lados. Foi o que aconteceu contra o Vila Nova, quando precisou fazer a escolta de Sávio.

Disciplinado taticamente, Jaderson precisou se sacrificar para cobrir um setor enfraquecido pelo mau rendimento do lateral esquerdo. Ironicamente, foi um dos primeiros a ser substituído na segunda etapa, enquanto Sávio, o causador do problema, seguiu em campo – e jogando muito mal.

É fundamental que, nos próximos e decisivos jogos do Remo, Oliveira encontre espaço ou dê liberdade para Jaderson fazer o que sabe: ajudar na marcação, sem deixar de contribuir com a armação de jogadas.

Taekwondo do Pará brilha no Brasileiro

Com apoio do Governo do Pará, atletas paraenses subiram ao pódio do Super Campeonato Brasileiro de Taekwondo 2025, realizado em Aracaju (SE), conquistando cinco medalhas, sendo duas de ouro, uma de prata e duas de bronze. Com 25 atletas inscritos na competição, o Estado teve sua melhor participação no torneio, que reuniu mais de 2 mil atletas das categorias cadete ao master de todas as regiões.

O apoio do Governo do Pará, por meio da Seel, assegura aos atletas custeio de passagens, hospedagem e alimentação em competições nacionais e internacionais, visando fortalecer o esporte de alto rendimento no Estado.

Os atletas medalhistas do Pará são: Alice Batista Martins, categoria cadete, vencedora do ouro. Ivete Dias, da categoria master 8, também ficou com o ouro. Júlia Cristina Nascimento, cadete, conquistou a prata. Davi Savino, cadete, faixa colorida, ficou com o bronze. Breno Torres, categoria faixa preta, master 2, também ganhou o bronze.

Pela categoria principal (faixa preta), os atletas Artur Cruz, Isadora Ferreira dos Anjos, Vitória Andrade e Leonardo Alves chegaram a disputar medalhas, mas terminaram na quinta colocação.