
Desde que Antônio Oliveira foi contratado, o Remo faz uma campanha brilhante e inédita fora de casa nesta Série B, com 62% de aproveitamento – três vitórias e quatro empates. É um percentual superior à campanha do Coritiba na competição. Apesar disso, o técnico ainda não caiu nas graças da torcida porque só venceu uma vez dentro de casa.
Uma das receitas de sucesso para quem disputa a Série B é triunfar nos jogos em casa. Os melhores mandantes sempre estarão bem posicionados e, invariavelmente, obtêm o acesso. O Remo, apesar da boa campanha, não vai bem nesse quesito sob o comando de Antônio Oliveira.
Só conseguiu derrotar o Avaí. Nas demais apresentações no Mangueirão, empatou três vezes e perdeu três – PSC, Ferroviária, Criciúma. É um índice baixíssimo de aproveitamento: 28%. Percentual de rebaixamento. Quase igual ao do PSC em toda a competição.
Com as pretensões que o Remo tem quanto ao acesso, é forçoso mudar a chave de imediato. O primeiro desafio será neste sábado (20h30), no estádio Baenão, contra o Atlético-GO. Na 7ª posição, o Leão terá a força de pressão da torcida para arrancar uma vitória e quebrar a escrita em relação às partidas em Belém.
O próprio Oliveira admite que esta é a falha maior na sua gestão. O ponto que respalda as críticas do torcedor ao seu trabalho. É uma questão matemática: nenhum time obteve o acesso fracassando como mandante.
Para o confronto com o Atlético, o Remo contará com o retorno de Caio Vinícius, primeiro volante que não atuou contra o Vila Nova. Sua ausência no setor de marcação foi determinante para o mau desempenho defensivo da equipe. Foi substituído por Luan Martins e Nathan Camargo, e nenhum conseguiu dar combate às investidas ofensivas do Vila.
Caio Vinícius tem limitações, principalmente quanto ao passe, mas é forte no duelo físico. Não ganhou a titularidade por acaso. Terá, provavelmente, a companhia de Cantillo, que deve retornar ao time no jogo deste sábado. É uma garantia de normalização do setor. Caio Vinícius marca, Cantillo faz o passe fluir para o setor ofensivo.
Além de fortalecer o meio-de-campo, Antônio Oliveira pode ter novidades no setor de criação, com o possível aproveitamento do grego Panagiotis e de Nathan Pescador, que entrou nos minutos finais do jogo com o Vila.
Para o ataque, Nico Ferreira parece ter adquirido espaço pela direita, com João Pedro centralizado e Pedro Rocha avançando pela esquerda. É um time que tem plenas condições de quebrar o jejum de vitórias em casa.
Papão se prepara para ‘jogo da vida’ em Goiânia
A situação do PSC é tão delicada e surreal na tabela de classificação que o técnico Márcio Fernandes parece mais empenhado em cobrar melhorias no gramado da Curuzu do que em observar alternativas para a escalação. É como se, de alguma forma, buscasse evitar enfrentar diretamente os principais problemas do time. Uma fuga diante das adversidades.
O maior desafio é melhorar o desempenho do setor de meio-de-campo, com falhas sérias de marcação e ausência de criatividade. O jogo com o América-MG, sábado, expôs muito essa situação crítica.
Márcio Fernandes assumiu há uma semana e tem um limitado raio de ação. Não pode mais ter reforços e terá que ajustar o time com as peças disponíveis, nenhuma indicada ou aprovada por ele.
Insistir com Marlon, jogador contratado no ano passado a pedido do próprio Márcio, não tem sido uma boa ideia. O meia-atacante já vinha produzindo pouco sob a orientação de Claudinei Oliveira. Como alternativa, Márcio talvez só tenha Edinho para colaborar com a armação de jogadas mesmo sem atuar como um meia clássico.
Apesar de não ser a função original do atacante, a boa participação dele no 2º tempo contra o América criou expectativas positivas para a decisiva partida de sábado contra o Goiás, em Goiânia.
Para o ataque, é provável que o técnico busque uma alternativa pelo lado direito, pois Rossi entrou muito mal nas duas últimas partidas. Marcelinho, rápido e habilidoso, pode ganhar oportunidade, formando o tridente ofensivo com Diogo Oliveira e Garcez.
Padroeira ganha homenagem especial dos clubes
Pela primeira vez na história, um clube não paraense junta-se às homenagens dos grandes clubes do Pará feitas à Nossa Senhora de Nazaré por ocasião do Círio. O Vasco da Gama está lançando uma camisa oficial em branco marcante, com detalhes dourados simbolizando luz, devoção e fé. O escudo surge ao lado de uma ilustração da Virgem de Nazaré.
Os gozadores de plantão irão dizer que o tributo vascaíno à maior procissão católica do mundo tem a ver com a sofrência a que o time tem sido submetido nos últimos anos. Seria, por assim dizer, um movimento natural apelar à Nossa Senhora em favor da Cruz de Malta.
Na realidade, o Vasco está iniciando um inteligente movimento de valorizar e se conectar a tradições culturais brasileiras, aproximando-se de manifestações populares como forma de ressaltar sua vocação histórica de inclusão e integração. Ontem à noite, o modelo especial vascaíno foi apresentado em Nazaré junto com as camisas de PSC, Remo e Tuna.