REMO EM GOIÂNIA

Tendo a sorte como aliada

A invencibilidade do Remo como visitante esteve por um fio no jogo deste sábado, em Goiânia, diante do Vila Nova.

A invencibilidade do Remo como visitante esteve por um fio no jogo deste sábado, em Goiânia, diante do Vila Nova.
Com gol contra, Remo arranca empate com o Vila Nova fora de casa. Foto: Raul Martins/Remo

A invencibilidade do Remo como visitante esteve por um fio no jogo deste sábado, em Goiânia, diante do Vila Nova. Sufocado desde os primeiros minutos, o time encontrou dificuldades para se defender e quase não ameaçou o gol adversário. Tomou o gol e conseguiu, num lance inusitado, chegar ao empate, escapando da derrota que parecia certa.

O técnico Antônio Oliveira admitiu que o Remo foi dominado fisicamente e teve mais sorte que juízo. Não deixou, porém, de observar que em várias partidas a equipe foi superior e acabou duramente castigada em lances parecidos com o que garantiu o empate em Goiânia.

Oliveira citou o jogo contra o Criciúma, uma das melhores atuações do Remo em Belém, que terminou em derrota nos minutos finais após um pênalti muito questionado. O fato é que, pelas características da Série B, lances acidentais se incorporam à caminhada dos clubes na competição.

Apesar disso, não há como negar que a atuação errática do Remo contra o Vila Nova repetiu um padrão de comportamento visto em outros jogos. Cede espaço e bola, aparentemente para explorar os erros do adversário. Ocorre que isso não se traduz em realidade.

No sábado à noite, o Vila Nova ficou com a bola e pressionou o tempo todo, criando várias oportunidades desde o 1º tempo. Chegou ao gol no início da etapa final e quase conseguiu ampliar, contando com as facilidades que a marcação do Remo propiciava.

Escalado com Luan Martins no lugar de Caio Vinícius, suspenso, a barreira de proteção à frente da zaga não funcionou. Jaderson, que normalmente ajudaria no embate com os atacantes adversários, teve que se deslocar para o lado esquerdo e cobrir as falhas do lateral Sávio, em noite irreconhecível.

Oliveira substituiu Luan por Nathan Camargo. Tanto Luan quanto Nathan são jogadores que ficaram várias semanas entregues ao departamento médico tratando lesões sérias. Por infeliz coincidência, ambos voltaram a jogar justamente no sábado. As consequências eram previsíveis.  

Diego Hernández, insistentemente escalado como meia, voltou a ser peça improdutiva, pois nem arma e nem participa da dinâmica do meio-campo. Mal conseguiu tocar na bola. Foi trocado por Nathan Pescador, que não teve muito tempo para mostrar serviço.

Por fim, Régis entrou e o Remo desfrutou de alguns minutos de lucidez técnica e chegou a frequentar a intermediária do Vila Nova. Foi quando, em cobrança de falta, Pedro Rocha botou a bola na área, Junior Todinho desviou e a bola caprichosamente entrou no canto esquerdo.

Um empate com sabor de vitória, garantindo temporariamente a 5ª colocação. Um prêmio que caiu do céu.

Sem inspiração, Papão tropeça em casa de novo

Márcio Fernandes estreou no PSC e, ao contrário do esperado, o time não mostrou a esperada motivação para se recuperar no campeonato. Mostrou-se inofensivo no ataque, confuso na armação de jogadas e até distraído na defesa, correndo alguns riscos desnecessários diante do sonolento ataque do América-MG.

O pífio desempenho reforçou a opinião de boa parte da torcida quanto à natureza do problema do Papão nesta Série B. Mais do que os técnicos, o problema está no elenco – isto é, na falta de opções qualificadas.

Não há sequer um meia de ofício entre os mais de 30 jogadores do plantel. Márcio Fernandes assumiu o comando técnico e se dedicou a tentar achar agulha no palheiro: descobrir alguém para exercer o papel de meia de articulação. Testou até o garoto Pedro Henrique, do sub-20.  

Diante disso, vai continuar insistindo com Marlon ou Edinho, que se saiu muito bem no 2º tempo. Conduziu as poucas iniciativas ofensivas da equipe, não fugiu à responsabilidade de buscar jogo e foi um dos raros jogadores que se destacaram na tarde de mau futebol.

Para agravar ainda mais o quadro, Rossi voltou a atuar mal, com pouca participação durante o 1º tempo. A dupla Garcez/Diogo Oliveira, principal arma ofensiva do time, não consegue repetir as boas atuações iniciais. Diogo perdeu boa chance em lance aéreo e chutou de fora da área, com perigo, mas nas mãos do goleiro do América.

Os problemas e angústias se avolumam à medida que as rodadas diminuem. Restam agora 12 partidas para que o PSC conquiste pelo menos 22 pontos – sete vitórias e um empate. É um desafio gigantesco, que faz com que muitos já não acreditem na chance de salvação.

O próximo confronto é com o vice-líder Goiás, em Goiânia. Depois, o PSC recebe em Belém o Novorizontino, outro candidato ao acesso. Sem alternativas criativas para fazer o time crescer e sem coelhos na cartola, Márcio Fernandes deu a única receita que lhe ocorre neste momento: voltar a jogar na Curuzu, apostando na pressão da torcida sobre os adversários.