ECONOMIA

Café tem segunda queda seguida mas ainda acumula alta anual de 62% em Belém

Em agosto, o preço do café recuou 2,52% em Belém, segunda queda consecutiva, mas ainda acumula alta de 62% em 12 meses, impactando o orçamento das famílias paraenses.

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Depois de meses de altas consecutivas no preço do café, pelo segundo mês seguido, o produto registrou recuo no valor médio, e pela segunda vez no ano, apresentou queda de 2,52% no mês de agosto em relação ao mês de julho, ambos este ano. Contudo, no comparativo anual, entre os meses de agosto de 2024 e 2025, o quilo do produto subiu 62,10%. As informações são do levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA).

Em 2025, o preço do quilo do café consumido pelos paraenses e comercializado em supermercados de Belém, começou janeiro custando R$54,57 e seguiu em alta nos meses seguintes: R$59,17 em fevereiro; R$67,72 em março; e R$72,89 em abril. O pico ocorreu em maio, quando atingiu R$75,40; e em junho, quando chegou a R$75,42. A partir daí iniciou um movimento de queda, sendo comercializado a R$72,89 em julho e R$71,05 em agosto.

Comparativo

Durante a trajetória dos últimos 12 meses, considerando os preços médios com base no pacote de café de 250g, a partir de agosto de 2024, o quilo (kg) era comercializado a R$43,83 e finalizou dezembro custando R$50,02. Já em 2025, em janeiro o café voltou a ficar mais caro, custando uma média de R$54,57; em julho, a R$72,89; e agosto a R$71,05. 

No comparativo, entre julho e agosto de 2025 a variação foi de queda de 2,52%; no ano inteiro a 42,04% – percentual maior que a inflação calculada em torno de 3% para o período; e nos 12 meses (ago/24 e ago/25) em questão, a 62,10% – percentual que também supera a inflação calculada em torno de 5% para o mesmo período.

Entenda

O Dieese destaca que a cesta básica paraense fechou agosto custando R$696,23, valor que compromete quase metade do salário mínimo atual, de R$1.518. Embora a maioria dos 12 produtos pesquisados tenha apresentado redução no último mês, o impacto no orçamento das famílias permanece significativo. Mesmo com o alívio recente, a perspectiva ainda é de cautela. A possibilidade de uma safra menor, devido a fatores climáticos, pode reduzir a oferta no mercado interno. Além disso, a tendência de exportação para a Europa, como alternativa ao aumento em resposta ao “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos, pode pressionar novamente os preços no mercado.