
A morte de Isabella Nardoni, ocorrida em março de 2008, pode ganhar novos desdobramentos. A Associação do Orgulho LGBTQIAPN+ protocolou uma representação no Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitando a investigação de Antônio Nardoni, pai de Alexandre Nardoni — que foi condenado pelo assassinato da filha.
Segundo a entidade, o avô da criança teria tido envolvimento direto no crime, que chocou o país pela sua brutalidade. A denúncia tem como base um relato feito por uma policial penal, que afirmou ter ouvido da própria Anna Carolina Jatobá — madrasta de Isabella e também condenada pelo homicídio — que Antônio teria ajudado no assassinato.
O documento, obtido pela coluna da jornalista Fábia Oliveira (Metrópoles), aponta que o avô paterno teria contribuído ativamente com a construção do álibi dos réus e até participado de forma instigadora ou efetiva no momento em que Isabella foi jogada pela janela, ainda com sinais vitais. Na época, ele não chegou a ser investigado formalmente.
A servidora que fez o relato, no entanto, teme represálias caso formalize a denúncia. Por esse motivo, a associação também solicita ao MP-SP que sejam adotadas medidas de proteção à agente e a instauração — ou reabertura — de inquérito policial para apurar o caso.
O deputado suplente Agripino Magalhães Júnior, presidente da entidade que apresentou a denúncia, defendeu a reavaliação do caso e criticou as decisões judiciais que permitiram a progressão de pena de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.
Relembre o caso Isabella Nardoni:
- Data: 29 de março de 2008
- Vítima: Isabella Nardoni, 5 anos
- Local: Edifício London, Vila Guilherme, zona norte de São Paulo
- Circunstâncias: Isabella foi agredida, asfixiada e atirada pela janela do sexto andar do apartamento onde moravam seu pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá
- Investigação: Marcas de sangue e sinais de arrombamento forjado apontaram o casal como responsável
- Condenações (2010):
- Alexandre Nardoni: 31 anos e 1 mês de prisão
- Anna Carolina Jatobá: 26 anos e 8 meses
- Ambos condenados por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima)