BURACOS NEGROS

Teorema de Stephen Hawking é confirmado mais de 50 anos depois

Mais de 50 anos após ter sido formulada, uma das previsões mais ousadas do físico britânico Stephen Hawking acaba de ser confirmada.

Reprodução/via The Independent
Reprodução/via The Independent

Mais de 50 anos após ter sido formulada, uma das previsões mais ousadas do físico britânico Stephen Hawking acaba de ser confirmada. Pesquisadores do consórcio internacional LIGO-Virgo-KAGRA anunciaram a detecção de um novo sinal de ondas gravitacionais, batizado de GW250114, que validou o chamado teorema da área — a ideia de que, após a fusão, a área do horizonte de eventos de um buraco negro nunca diminui.

A descoberta foi publicada na Physical Review Letters e coincide com os 10 anos da primeira detecção de ondas gravitacionais, registrada em 2015.

O evento observado corresponde à colisão de dois buracos negros gigantes, localizados a mais de um bilhão de anos-luz da Terra. Cada um tinha entre 30 e 35 vezes a massa do Sol. A fusão resultou em um único buraco negro com cerca de 63 massas solares, girando a impressionantes 100 rotações por segundo.

Graças aos avanços tecnológicos dos detectores, os cientistas conseguiram calcular com precisão inédita a área e a rotação dos buracos negros antes e depois da colisão. O resultado confirmou a previsão de Hawking: a área do buraco negro final era maior do que a soma das áreas dos dois originais, exatamente como previsto pelo teorema.

Implicações históricas para a física

Em 1971, Stephen Hawking propôs que o horizonte de eventos — a fronteira que nem a luz consegue ultrapassar — nunca poderia diminuir após a fusão de buracos negros, apenas crescer. A confirmação experimental desse princípio é mais um passo rumo a um dos maiores desafios da ciência moderna: unificar a relatividade geral e a mecânica quântica.

Além disso, a análise também confirmou as previsões do matemático Roy Kerr, que demonstrou que buracos negros podem ser completamente descritos por apenas dois parâmetros: massa e rotação.