ECONOMIA

Turismo deve ficar ainda mais aquecido no Pará

Eventos como Círio de Nazaré e COP30, em Belém, aumentarão o fluxo de visitantes no estado.

Turismo tem contribuído para gerar emprego, renda e negócios, sobretudo no setor de serviços
Crescimento turismo Pará. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

O turismo brasileiro vive um dos seus melhores momentos. Segundo levantamento mensal da FecomercioSP, elaborado a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor faturou quase R$ 108 bilhões no primeiro semestre de 2025, o maior valor já registrado na série histórica da entidade, iniciada em 2012. O estado do Pará está próximo de viver momentos importantes para o setor, com eventos significativos como o Círio de Nazaré, em outubro, e a COP 30, em novembro.

Para o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA), Everson Costa, o turismo tem contribuído fortemente para gerar emprego, renda e negócios e ampliado a perspectiva de investimentos aqui no Pará, por exemplo, no setor de serviços, incluindo bares, restaurantes e hotéis.

“O setor de serviços é o principal receptor dessa injeção de recursos. Do chamado Mapa Turístico do Brasil, hoje o Pará conta com mais de 60 municípios catalogados, não só da sua estrutura de receptivo, mas também em relação ao portfólio cultural, econômico, ecológico e religioso, que tem as vertentes do turismo”, explica Everson Costa.

Costa destaca, ainda, as transformações que o setor turismo passa por conta da realização da COP 30 na capital paraense. Ele frisa que são quase 5 bilhões de reais investidos em praças, estruturas e demais equipamentos públicos na cidade. “Entra agora no calendário o Círio. Uma parte desses equipamentos vai continuar na COP e pós-COP. Ganha principalmente a capital paraense com esse equipamento e logicamente vamos ter a reverberação disso na geração de emprego e renda.”

Os dados levantados pelo Dieese/PA mostram que a movimentação de atividades turísticas gira em torno de 50 mil a 60 mil trabalhadores formais no Pará, em diferentes áreas de atuação. “Em relação ao tipo de emprego gerado, as atividades envolvem transporte, hotéis, alojamento, alimentação, guias turísticos. Ou seja, uma série de profissionais que cabem dentro dessas atividades”, informa Everson Costa dizendo também que a remuneração média do setor varia bastante.

De acordo com Fernando Soares, assessor jurídico do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado Do Pará (SHRBS-PA), o ano de 2025 é um ano atípico para a temática do turismo no Pará, devido a importantes momentos ocorrendo em proximidade entre si, como as férias de verão em julho, Círio de Nazaré, COP 30 e o Mundial de Clubes de Vôlei Masculino, este último em dezembro. “Por conta disso, é observado um acréscimo na procura por hospedagens, por exemplo, na capital paraense”, salienta o assessor jurídico do (SHRBS-PA).

Para este semestre, o setor de serviços está empolgado, principalmente para a época do Círio, no conhecido turismo religioso, onde se observa maior fluxo de turistas na capital paraense. “É um momento bem evidente no qual ocorre a presença maior de visitantes na cidade, o que requer a busca pelos serviços. São turistas vindos do interior, turistas nacionais, aqui incluídos os paraenses que moram em outros estados, e em menor número os turistas internacionais”, comenta Soares sobre a expectativa para a maior festa religiosa do Pará.

No setor de serviços de alimentação, a previsão é otimista para a grande movimentação de clientes e de empregabilidade com os eventos deste semestre. Como explica Edlucy Lúcio, 40, supervisora do restaurante Capone da Estação das Docas, para atender melhor aos clientes o estabelecimento realizou mudanças na estrutura física, assim como está em atualização o cardápio para o Círio e COP 30.

A expectativa é que novas contratações sejam feitas a partir de outubro até o final do ano para atender o fluxo intenso dos visitantes neste período de final de ano. Atualmente, cerca de 50 pessoas trabalham nos diferentes turnos do restaurante, entre funções como garçons, chefs e auxiliares. “É uma época de grande movimento aqui na Estação das Docas e vamos precisar de mais gente na equipe. Por isso, novas contratações serão feitas para dar conta até o final do ano.”