NO TREM SONORO

Ronaldo Silva lança “Maquinista” com show que refaz sua trajetória musical

O espetáculo será às 20h, no Teatro Margarida Schivasappa (FCP), onde o artista também interpreta obras recentes, parcerias de longa data e músicas que se tornaram parte da memória coletiva do público.

O espetáculo será às 20h, no Teatro Margarida Schivasappa (FCP), onde o artista também interpreta obras recentes, parcerias de longa data e músicas que se tornaram parte da memória coletiva do público.
O espetáculo será às 20h, no Teatro Margarida Schivasappa (FCP), onde o artista também interpreta obras recentes, parcerias de longa data e músicas que se tornaram parte da memória coletiva do público.

O músico e compositor Ronaldo Silva apresenta nesta quinta, 11, o show “Maquinista”, que lança oficialmente o disco homônimo e celebra o reconhecimento do artista como Mestre de Cultura do Pará. O espetáculo será às 20h, no Teatro Margarida Schivasappa (FCP), onde o artista também interpreta obras recentes, parcerias de longa data e músicas que se tornaram parte da memória coletiva do público.

O álbum “Maquinista” faz parte da coleção Rios do Mundo – iniciativa reúne produções musicais e registros culturais realizados por artistas independentes que atuam de forma voluntária em diferentes regiões do Brasil. Tem como fio condutor as imagens e sensações do interior paraense, mesclando carimbó, retumbão, ladainhas e influências do cancioneiro tradicional da região. A ambientação do disco, feita com gravações in loco e arranjos minimalistas, reforça o caráter sensível e autobiográfico da obra, que transita entre o individual e o coletivo, entre o tempo da lembrança e o presente da criação artística.

No show, essas canções serão apresentadas com participação de convidados especiais como Íris da Selva e Júnior Soares, parceiros em diversas composições, assim como Allan Carvalho, que também assina a direção do álbum. Ronaldo estará acompanhado pelos músicos Manassés Malcher (trombone e arranjos), Gerson Levi (trompete), William Jardim (guitarras), Jonatas Gouveia (contrabaixo), além da percussão de Márcio Jardim e Bruno Mendes.

De acordo com o cantor e compositor, este show foi pensado para traduzir sua caminhada artística como um trem da vida. “Eu faço narrativas sonoras, rítmicas e poéticas sobre o cotidiano da floresta. O título ‘Maquinista’ é referência ao novo trabalho, mas também representa essa itinerância, essa viagem que percorre os trilhos da vida. O repertório vai mostrar minhas parcerias, minha memória musical e meu compromisso com a diversidade da Amazônia”, afirma.

MESTRE

O momento também celebra o reconhecimento estadual de Ronaldo Silva como Mestre de Cultura do Pará, título concedido pela Secretaria de Estado de Cultura do Pará pelos mais de 40 anos de trajetória musical do artista, dedicada à Amazônia.

Ao longo das últimas décadas, Ronaldo Silva compôs músicas que se tornaram parte do imaginário amazônico e brasileiro. No Arraial do Pavulagem, é autor ou coautor de canções que embalam os cortejos populares e refletem a força da tradição oral, da fé, das festas e da alegria do povo paraense. É também referência como educador, mestre de saberes e figura central na articulação entre arte, cultura e educação popular. Nos últimos anos, seu trabalho também ganhou repercussão internacional. A música “Rodopiado”, por exemplo, composta por Ronaldo, foi remixada pela dupla norte-americana Sofi Tukker e acabou incluída na trilha do jogo global eFootball. Já Cachoeira Prateada, outra composição sua, foi incluída na trilha do filme “Instinto Predador” (Primal), protagonizado por Nicolas Cage, reforçando a potência artística e poética de sua obra.

AMAZÔNICO

A homenagem da Secult-Pará reforça o legado que Ronaldo já carrega desde 2018, quando recebeu o título de Mestre da Cultura Popular Brasileira pelo Ministério da Cultura. Para ele, uma conquista que reafirma o impacto de sua trajetória como artista que criou pontes entre o saber popular e o cenário contemporâneo da música, valorizando o pertencimento amazônico em escala local e nacional.

“Vejo como uma como uma consagração da escolha que fiz ainda jovem: ser um músico da floresta, mesmo com todas as dificuldades desse caminho. Para mim, é o reconhecimento de que cada canção, cada parceria e cada álbum gravado são contribuições para a memória cultural da Amazônia. É um presente que celebro não só por mim, mas por todos que trilham comigo essa luta para que a nossa música continue viva e pulsante. E quero que o público venha celebrar essa trajetória comigo nesse show”, comenta.

O show conta com meia-entrada sustentável: basta doar qualquer quantidade de tampas de garrafas PET. O material será usado em oficinas de reaproveitamento de resíduos para criação de instrumentos musicais, que serão realizadas pelo Instituto Arraial do Pavulagem.

*Com informações de assessoria