A apresentação oficial do lateral-esquerdo Jorge, ontem à tarde, no Baenão, teve um ar de desabafo, de alívio, de alguém que passou por uma provação enorme na carreira e já está de boa atrás de um novo desafio. O jogador de 29 anos tem um currículo invejável, com passagens por Flamengo-RJ, Palmeiras-SP, Santos-SP, entre outros, com títulos nacionais no Brasil e na França, além de uma Libertadores. Mas as duas últimas temporadas foram difíceis para ele.
Em fevereiro de 2023, quando estava no Fluminense-RJ, sofreu uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito, além do menisco, e passou por cirurgia delicada. Ele voltou aos gramados no ano seguinte, no CRB-AL, mas pouco jogou. Do meio de 2024 para cá ficou sem jogar, apenas treinando nos últimos seis meses no CT do Boavista-RJ. Este período, segundo ele, foi essencial para resolver dar continuidade na carreira até aceitar o convite do Remo, feito pelo executivo de futebol Marcos Braz, com quem trabalhou no Ninho do Urubu.
Novo desafio
“Depois que eu saí do CRB-AL, tive um tempo para pensar junto da minha família, dos meus empresários. Realmente, quando eu cheguei no Rio, depois dessa passagem, eu botei na cabeça que eu queria respirar um pouco, me livrar de alguns ambientes do futebol. Porque realmente eu passei por muitas coisas que só Deus sabe”, contou Jorge.
De acordo com ele, contatos e propostas não faltaram, mas nada que o animasse até receber uma ligação de uma pessoa bem conhecida dele. “Sou grato a esse cara aqui (Marcos Braz), pois foi através de uma ligação dele que me animou a voltar a viver o futebol. Porque, realmente, durante um período sem jogar, é difícil para um atleta que sempre gostou e ama o que faz, que é jogar futebol. E, depois disso, eu decidi aceitar essa situação que o Braz me ofereceu, que era chegar aqui e voltar a ser feliz. Era o mais que eu queria”.
Jorge garante que conseguiu se recuperar totalmente da lesão, admitindo que voltar bem depois de uma cirurgia pela qual passou não é fácil. Mas afirmou que se encontra bem desde a passagem pelo Galo da Pajuçara, com confiança em poder jogar em alto nível. Mesmo assim, foi um caminho longo e que o deixou em dúvida quanto à continuidade de sua carreira. E que só se manteve forte devido ao apoio que teve em casa, dos familiares.
“Nesse período, realmente, depois do CRB, que foi depois da minha segunda lesão, que foi no Fluminense, foi dali que eu pensei em desistir do futebol. E decisões que foram difíceis. Porque querendo ou não é uma coisa que eu amo fazer, mas ali no momento que eu tive essa lesão, isso passou na minha cabeça. Para a gente que é atleta, ter uma lesão grave é muito difícil de lidar. Então, graças à minha família, que está sempre ao meu lado, que são as pessoas mais importantes da minha vida, ela me deu força para poder seguir e a amar o futebol novamente”.
Expectativas no clube paraense
Jorge assinou com o Remo até o final de 2026, para ele um vínculo que tem tudo para dar certo dentro e fora de campo. “Eu não digo um contrato, mas eu digo uma oportunidade de ser feliz de novo. Com toda certeza, eu vou estar apto a partir do momento que a comissão técnica decidir me levar para o jogo. Não sei quando vai ser. Estou treinando muito bem, estou me sentindo muito bem, venho mostrando isso no dia a dia. E quando eu tiver a oportunidade de ter 5 minutos, 10 minutos, 45 minutos, eu vou poder ajudar da melhor forma possível o clube e dar alegria à torcida”.