Transformar uma pessoa comum em santo exige um processo meticuloso e formalizado. Embora o reconhecimento popular já tenha histórico nos primeiros séculos do cristianismo, hoje a Igreja Católica reserva esse título apenas a quem passa por etapas rígidas.
Embora o processo normalmente dure décadas ou séculos — como o caso de Santa Hildegarda de Bingen, canonizada em 2012 após falecer em 1179 —, algumas trajetórias avançam com rapidez.
O caso de Carlo Acutis
É o exemplo do jovem italiano Carlo Acutis, canonizado em tempo recorde após sua morte em 2006, símbolo de conexão com as novas gerações.
Conhecido como o “padroeiro da internet”, ele tornou-se o primeiro millennial – geração formada por pessoas nascidas entre as décadas de 1980 e 1990 – reconhecido oficialmente pela Igreja Católica como santo. Conheça o caminho para a canonização:
- Início tardio: O processo só pode ser iniciado cinco anos após a morte do candidato — uma espera que evita julgamentos precipitados. Há exceções feitas pelo Papa, como foi o caso de João Paulo II e Madre Teresa.
- Servo de Deus: A abertura formal da causa depende do bispo local, que investiga testemunhos e documentos sobre a vida do postulante. Quando a investigação começa, ele recebe o título de “Servo de Deus”.
- Venerável: Pianistas teológicos em Roma analisam se o indivíduo viveu de forma heroica as virtudes cristãs. Se aprovado, o Papa o declara “Venerável”.
- Beato: A beatificação requer a comprovação de um milagre, que deve ser instantâneo, duradouro, inexplicável cientificamente e rigorosamente validado por médicos e especialistas.
- Santo: Para avançar à canonização — o reconhecimento oficial que autoriza culto público e inclusão no calendário litúrgico — é necessário um segundo milagre sob as mesmas condições de validação.
- Cerimônia solene: Em missa pública, o Papa proclama o candidato como santo. A partir daí, ele pode ser venerado formalmente, e sua memória celebrada liturgicamente.