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Seu carro pode ser hackeado pelo Bluetooth. Saiba como evitar

Pesquisadores da PCA Cyber Security identificaram quatro vulnerabilidades críticas no “Blue SDK”, software utilizado para conexões Bluetooth em sistemas multimídia de veículos.

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Pesquisadores da PCA Cyber Security identificaram quatro vulnerabilidades críticas no “Blue SDK”, software utilizado para conexões Bluetooth em sistemas multimídia de veículos.

Batizada como “PerfektBlue”, essa combinação de falhas, segundo a Kepersky, pode permitir que um invasor, com um único clique de pareamento, acesse funções sensíveis do sistema do carro, rastreando o veículo, espionando conversas, obtendo dados como agendas telefônicas e até comprometendo componentes internos como o barramento CAN, que comanda funções essenciais como freios.

O Blue SDK, da OpenSynergy, é utilizado em cerca de 350 milhões de carros, incluindo marcas como Ford, Mercedes-Benz, Skoda e Volkswagen
Kaspersky.

Segundo a reportagem da Kapersky, as falhas foram registradas sob os códigos CVE-2024-45431, 45432, 45433 e 45434, e explorá-las requer apenas que o invasor esteja em alcance Bluetooth — geralmente entre 5 a 7 metros, mas com uso de antenas especiais esse raio pode chegar a 50-100 metros

Riscos e mitigação

O ataque pode ocorrer mesmo com o motor desligado: muitos carros mantêm o sistema multimídia ativo, com Bluetooth pronto para pareamento
Embora os patches tenham sido disponibilizados em setembro de 2024, a aplicação depende das montadoras e de suas redes de concessionárias — muitos veículos ainda podem estar expostos

A principal defesa, diz o site da Kapersky, é manter o firmware da central multimídia atualizado e, até lá, desativar completamente o Bluetooth no veículo
Kaspersky Brasil

O que as montadoras podem fazer?

Além de adotar a filosofia Secure by Design, a Kaspersky está desenvolvendo soluções Cyber Immune, baseadas no KasperskyOS, para garantir que sistemas vulneráveis mantenham a operação mesmo sob ataque. No entanto, esses carros só devem chegar ao mercado nos próximos anos, devido aos longos ciclos de produção automotiva.