Uma influenciadora digital, conhecida por questionar a segurança das vacinas contra a Covid-19 e por divulgar tratamentos de saúde não convencionais, afirmou em suas redes sociais que o carvão ativado poderia ser utilizado para “desintoxicar o corpo” de resíduos de vacinas e metais pesados. Essa informação é falsa.
Órgãos de saúde nacionais e internacionais, como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), não reconhecem qualquer protocolo de “desintoxicação vacinal”. Pelo contrário: reforçam que todas as vacinas aprovadas para uso são seguras, eficazes e passaram por rigorosos testes clínicos antes de serem disponibilizadas à população. No Brasil, os imunizantes só foram aplicados após a devida aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Vacinas são seguras e não precisam de “detox”
A prática conhecida como “detox vacinal” não possui embasamento científico e pode representar um risco à saúde pública, pois enfraquece a confiança da população na vacinação — uma das ferramentas mais eficazes no combate a doenças infecciosas.
A OMS destaca que os efeitos colaterais mais comuns das vacinas contra a Covid-19 são leves e passageiros, desaparecendo em poucos dias com medidas simples, como hidratação e repouso. Em alguns casos, medicamentos isentos de prescrição podem ser utilizados para alívio dos sintomas. Entre as reações possíveis estão: cansaço, dor de cabeça, febre, calafrios, diarreia, dores musculares, ínguas e inchaço no local da aplicação. Casos graves são extremamente raros.
O que é e para que serve o carvão ativado
O carvão ativado é, de fato, um produto utilizado na medicina — mas em contextos específicos e emergenciais. É usado, por exemplo, no atendimento a intoxicações agudas por via oral, quando adsorve substâncias tóxicas presentes no trato gastrointestinal, reduzindo sua absorção pelo organismo e facilitando a eliminação pelas fezes.
Esse uso, no entanto, é indicado apenas para ingestão acidental de medicamentos, alimentos ou produtos químicos. Não há qualquer evidência científica de que o carvão ativado tenha qualquer efeito sobre vacinas no organismo. Além disso, considerando que as vacinas não são substâncias tóxicas, o uso do produto com essa finalidade carece até de fundamentação teórica.
Segurança das vacinas
As vacinas contra a Covid-19 utilizadas no mundo foram aprovadas pela OMS e aplicadas em bilhões de pessoas. Todas passaram pelas fases de testes clínicos exigidas e, mesmo após a liberação para uso, continuam sendo monitoradas pelas autoridades de saúde.
No Brasil, as vacinas aplicadas por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) são seguras, eficazes e autorizadas pela Anvisa, além de passarem por rigorosos testes de qualidade conduzidos pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Combate à desinformação
É fundamental desconfiar de conteúdos que não apresentam fontes confiáveis ou que circulam apenas em redes sociais e aplicativos de mensagens. Não compartilhe informações de saúde sem antes verificar sua veracidade em canais oficiais, como o Ministério da Saúde, a Anvisa ou a OMS.
A disseminação de fake news pode colocar vidas em risco ao afastar a população de práticas comprovadamente seguras, como a vacinação, responsável por salvar milhões de vidas todos os anos.
Anote aí:
As vacinas contra a Covid-19 são seguras, eficazes e não precisam de qualquer tipo de “detox”.