Com mais de 70 atrações, o Festival Psica 2025 – O Retorno da Dourada anuncia o lineup completo desta edição. Mestres como Martinho da Vila e Jorge Aragão, pilares do samba, dividem o palco com o peso do manguebeat do Nação Zumbi, o feat pop e vibrante de Urias e Jaloo, o reggae raiz de Edson Gomes, a poesia contundente de Luedji Luna, a rapper paulistana e vencedora do BET Awards AJULIACOSTA e a potência pirotécnica do tecnobrega de Viviane Batidão e da aparelhagem Carabao.
No centro desse encontro, a homenagem a Dona Onete, que pela primeira vez é headliner do festival de tamanho alcance. Ela estreia um show inédito que celebra sua importância única na música amazônica e brasileira.
O line up traz ainda a atração internacional Armando Hernández, cantor colombiano que carrega a sonoridade latina em sua cumbia raiz, em um diálogo certeiro com a identidade popular que atravessa a Amazônia. Conhecido por clássicos como La Zenaida, Reina de Cumbias e No Quiero Envejecer, Armando traz ao festival uma ponte cultural que amplia a vocação pan-amazônica do festival.
Além de reunir medalhões da música, o festival também aposta nas estrelas em ascensão e traz Carol Lyne. Com letras sensíveis e batidas marcantes, ela é voz da nova geração do tecnobrega.
Esta segunda leva de shows confirmados se soma a atrações já anunciadas como Mano Brown, Marina Sena, Wanderley Andrade, BK convida Evinha, Terno Rei, Melly, Patrícia Bastos, Ronaldo Silva, Trio Manari, banda Voo Livre, Batucada Misteriosa & Toró Açú e D’água Negra compondo uma programação que ocupa as ruas da Cidade Velha e o estádio do Mangueirão, de 12 a 14 de dezembro.
Brasil a partir do Norte
Ao cantar o Brasil a partir da Amazônia, o Psica amplia o mapa da música nacional revelando vozes, ritmos e territórios que há muito pedem palco — mostrando que a margem é potência sonora.
“O Psica é sobre contar outras histórias do Brasil a partir da Amazônia. Quando colocamos no mesmo line-up Martinho da Vila, Dona Onete, Carol Lyne e Urias, por exemplo, estamos afirmando que a música popular brasileira é muito maior e mais diversa do que se costuma mostrar. Essa curadoria é também um manifesto”, diz Jeft Dias, diretor do festival.
Para coroar os mestres
Entre as novas atrações anunciadas, Dona Onete, aos 86 anos, é a grande homenageada desta edição. Aos 86 anos, a diva do carimbó chamegado sobe pela primeira vez ao palco do festival como headliner, apresentando Quatro Contas — o show que ela sempre quis fazer. Inédito e audiovisual, o espetáculo foi criado especialmente para esta edição e propõe uma viagem sensorial pelos quatro elementos da natureza — água, fogo, terra e ar — que atravessam sua vida e sua obra. Neste show, a artista revisita músicas pouco tocadas em sua carreira, além de apresentar clássicos em novos arranjos inéditos – envolventes, dançantes e cheios de energia. Costurando canções marcantes com cenas de filmes, performances e poesia, o show traduz a força, a ancestralidade e a beleza da trajetória de Onete, marcando definitivamente sua importância na música amazônica e brasileira e mostrando a amplitude de seu repertório, transitando entre os ritmos que sempre alimentaram sua alma.
O Psica segue cultuando grandes mestres da música brasileira com frescor e relevância, prova disso é a participação de Jorge Aragão e Martinho da Vila, com o clássico show “Canta Canta Minha Gente”, dois ícones do samba que trazem para o festival um encontro histórico, conectando tradição e novas plateias.
E o Manga Verde sobe ao palco para mostrar já que a Amazônia também batuca. Formado na década de 1990, o grupo paraense traduz o samba em uma linguagem regional, marcada por ritmos, letras e formas de tocar com forte influência local.
“Reconhecemos esses pilares da música, dialogamos com os mais novos e com tudo o que acreditamos. Existe uma grande força da retomada do samba nos últimos tempos, e igualmente queremos mostrar o samba na perspectiva do Norte, por isso também é tão importante a presença do grupo Manga Verde, que apresentará o samba paraense”, completam os diretores.
Nação Zumbi, ícone maior do movimento manguebeat, ressignificou a música pernambucana misturando rock, maracatu e resistência política sob a batuta de Chico Science e no palco do Psica apresenta “Da Lama Ao Caos – 30 Anos” celebrando os 30 anos do álbum de estreia da banda. Di Melo, conhecido como “Imorrível”, também é um dos grandes nomes da música brasileira que segue ativo nos palcos e estúdios, e agora, apresenta sua mistura única de soul, funk, groove e psicodelia no festival.
A lenda do reggae Edson Gomes, o maior nome do reggae brasileiro, vem para o festival apresentar suas canções marcantes de resistência e espiritualidade. Em 2025, o artista celebra cinco décadas de trajetória e tem sido nome recorrente em grandes casas de show do Brasil e festivais diversos. E vale ressaltar que o Psica 2025 também contará com a presença já anunciada de Célia Sampaio, outra voz feminina marcante da música brasileira e que dialoga diretamente na construção de uma narrativa com sonoridades da cultura afro-brasileira.
Não obstante, está a apresentação da banda de rock paraense Cravo Carbono, que mescla poesia em suas músicas. Conhecidos como principais responsáveis, ainda nos anos 1990, pela retomada do gênero paraense guitarrada no cenário musical brasileiro, a banda se prepara para mais um show que honra com as suas mais de duas décadas de trajetória.
Beats ecoam na Amazônia
Além dos nomes nacionais, palcos como Megazord se tornam um espaço exclusivo para apresentação das soundsystems, que estarão sob o comando da radiola maranhense Freedom FM, e das aparelhagens paraenses Carabao O Máximo, Rubi A Nave do Som e Tudão Crocodilo — nomes potentes que prometem entregar o melhor da seleção eletrônica das periferias do Brasil, com destaque para o tecnobrega.
Considerada “rainha do tecnobrega” e “rainha das aparelhagens” do Pará, a banda Fruto Sensual leva seus 28 anos de estrada para o festival. Criada por Neco e Valéria Paiva, são responsáveis pela canção “Está no ar” (versão tecnobrega do sucesso “Total Eclipse of the Heart”), que inclusive faz parte da trilha sonora do filme “Rio do Desejo”, do diretor Sérgio Machado.
Com essa safra, o Psica reforça sua posição como um dos festivais mais plurais do Brasil, criando uma ponte entre a cultura amazônica e a cena nacional. Por isso, também se dedica à curadoria do palco Karretinha, trazendo destaques da cena periférica do estado, como Dj Lorran e Dj Elison New Age e da música eletrônica nacional como Ramemes, Batekoo e Clementaum, além de abrir espaço para o coletivo amazônico Vacilo.
A DJ Baby Plus Size, que ficou conhecida nacionalmente pelo remix de “Rock Doido de Caju”, da cantora Liniker estará ao lado de Zek Picoteiro, Cleide Roots, para mostrar o novo som periférico eletrônico que vem sendo feito nas ruas do Pará, e que se funde nos sets das sudestinas Malka, Kiara Felippe e Apropri4damente.
“Ano após ano nós seguimos quebrando as barreiras entre a Amazônia. Queremos torná-la cada vez mais orgânica e reconectada. Por isso é tão importante olharmos não só para os artistas nacionais, mas também entre as nossas fronteiras de estado e com os demais países da Amazônia Internacional”, disse Gerson Dias, diretor do festival.
Representação dessa ruptura é o artista roraimense Ian Wapichana (pertencente aos Wapichana, povo originário do norte de Pindorama-TO) que ao lado do rapper paraense Moraes MV, revolucionam os sistemas de produção independente, dando voz a pluralidade dos povos e desmistificando os pensamentos colonizadores. Além disso, o Grupo folclórico Paracauari, de Salvaterra, no arquipélago do Marajó, que tem o intuito de resgatar, preservar e divulgar a cultura popular através da dança e da música também subirá ao palco do festival reforçando a importância de nos conectarmos com nossa ancestralidade. força essa que veremos nas letras do artista Amazônico, dono da faixa “Formigueiro Humano (Serra Pelada)”.
Gerações de vários Brasis
Para ecoar ainda mais os beats pela Amazônia, o rap também está representado por uma das maiores expoentes da cena nacional: indicada a quatro categorias do Prêmio RAP Brasil como “melhor EP”, vencedora da categoria “melhor artista revelação internacional” no BET Awards, “melhor arte de capa”, “melhor videoclipe” e “artista revelação”, apresenta-se no festival a cantora AJULIACOSTA.
Os Garotin, primeira boy band de MPB do Brasil, chegam com energia e carisma, mostrando toda a força de seu álbum de estreia Os Garotin de São Gonçalo (2024), ganhador do Grammy Latino. E no Psica 2025, prometem um show histórico, cheio de hits e surpresas. O Selo Caquí se torna então uma das grandes revelações de artístas nesse momento do festival, sendo um coletivo paraense criado para promover a música independente e fortalecer a cena musical local, apresenta Marés com Sidiane Nunes, Agarby e Laiana do Socorro, W Mate-U, Paso, Lina Leão, Mist Kupp, COUT, Ressoa, Matheus Pojo, Jheni Cohen e Batuque da Lua Crescente.
O cearense Mateus Fazeno Rock dará vida ao seu rock de favela e convida os parceiros Fernando Catatau e Mumutante para juntos apresentarem o repertório que une soul, rap, reggae com os marcantes riffs de guitarra. Já o rock psicodélico fica por conta do grupo Os Haxixins – uma banda de garage punk, formada na Zona Leste de São Paulo – conhecidos por sua sonoridade influenciada pelo rock dos anos 60, com uso de guitarras com fuzz, órgãos e projeções de luz psicodélicas.
Outra forma de mostrar ao público as múltiplas formas de se fazer arte é a partir da apresentação do Cortejo Encantado, espetáculo um teatral itinerante que celebra a cultura indígena brasileira por meio de cantos, danças e torés tradicionais, trazendo uma nova visão do viver amazônida ao palco. Por isso também a apresentação do coletivo Ponto BR (grupo de músicos contemporâneos que dialogam com o Maracatu e o Bumba Meu Boi) ao lado de Flor de Mururé, artista conhecido por combinar a fé com ritmos amazônicos em suas composições.
Vale lembrar que a Ballroom Pará, Hous Of Carão e o Festival Psica apresentarão o “Corpo Dourado Ball 2.0”, onde artistas usaram da passarela para protagonizar uma batalha de dança e performance que representa o tema da retomada da dourada do festival, unindo o contemporâneo a história narrada pelo evento.
Olhar global e plural
Além de Armando Hernández, entre as atrações estrangeiras estão o icônico trio feminino de Tóquio, conhecidas pela trilha sonora do clássico “Kill Bill” (Quentin Tarantino), as The 5.6.7.8’s e Boris Percus, especialista no tambor tradicional Bèlè, que levará ao público uma performance híbrida, combinando DJ set com afrobeats, ragga-dancehall e ritmos da tradição caribenha, em um espetáculo envolvente e participativo.
A cantora e compositora Maleïka, apresentará o projeto Soul System, que mistura tradição e inovação em uma sonoridade crioulizada, combinando influências afro-caribenhas, soul e música eletrônica. A participação de Maleïka e Boris Percus faz parte da parceria entre Brasil e França por meio do Tropiques Atrium – Cena Nacional da Martinica, reforçando o caráter plural e global do Psica e fortalecendo os laços entre Amazônia e Caribe. “O Pará tem uma conexão muito forte com a música da Martinica, por isso escolhemos trazer essa participação. A música de lá influenciou diretamente a nossa lambada paraense. Os sons de Martinica entravam em peso aqui, alguns dizem que por ondas de rádio, outros dizem que pela rota do tráfico, mas sem dúvidas faz parte da origem do beiradão na Amazônia Moderna”, contou Jeft Dias.
Também terá a pesquisa sonora de Lucho Pacora, dj peruano que é um dos co-fundadores do Bomba Tropical (cumbia amazônica), onde encabeça uma pesquisa que leva tesouros em vinil da música tropical latino-americana às pistas de baile.
Sobre o Festival
Criado em 2012, o Psica é hoje um dos principais festivais independentes do Brasil. Reconhecido por sua curadoria ousada e pela valorização da cultura amazônica, já levou a Belém nomes como Elza Soares, Karol Conká, João Gomes, BaianaSystem, Liniker, Pabllo Vittar e Gaby Amarantos.
A histórica edição de 2024 bateu recorde de público com mais de 100 mil pessoas. Em 2025, “O Retorno da Dourada” marca os 13 anos do projeto, expandindo as conexões sonoras do território da Pan-Amazônia, com atrações nacionais, artistas locais e internacionais.
O Festival Psica 2025 tem patrocínio master da Petrobras via Lei de Incentivo à Cultura Rouanet. A marca é uma das principais empresas do país. Atua de forma integrada e especializada na indústria de óleo, gás natural e energia, tendo como compromisso o desenvolvimento sustentável para uma transição energética justa e inclusiva. A Cultura é também uma energia na qual a companhia investe, patrocinando há mais de 40 anos projetos que contribuem para a cultura brasileira e se fazem presentes em todos os Estados brasileiros.
Serviço
Festival Psica 2025 – O Retorno da Dourada
Onde: Cidade Velha – Belém (PA)
Quando: 12, 13 e 14 de dezembro de 2025
Ingressos: Passaportes a partir de R$ 125 (meia) disponíveis na [Ingresse] / Gratuidade: Lista TransFree e PCD’s
Redes: @festivalpsica / Site Oficial