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Carlos Alcaraz derrota Jannik Sinner na final do US Open

O espanhol Carlos Alcaraz, 22, e o italiano Jannik Sinner, 24, fizeram, neste domingo (7), a terceira final de Grand Slam seguida juntos

O espanhol Carlos Alcaraz, 22, e o italiano Jannik Sinner, 24, fizeram, neste domingo (7), a terceira final de Grand Slam seguida juntos
O espanhol Carlos Alcaraz, 22, e o italiano Jannik Sinner, 24, fizeram, neste domingo (7), a terceira final de Grand Slam seguida juntos Foto: US Open

A nova ordem do tênis mundial não obedece mais a três poderes, mas a dois. O espanhol Carlos Alcaraz, 22, e o italiano Jannik Sinner, 24, fizeram, neste domingo (7), a terceira final de Grand Slam seguida juntos –a primeira vez em que tal repetição acontece em uma única temporada na era aberta.
No 15º encontro da dupla, no US Open, Alcaraz saiu vitorioso, em 3 sets a 1 e 2 h 42 minutos em quadra, retomando o posto de número um do mundo. Ambos têm cerca de 5.000 pontos de vantagem sobre o terceiro colocado, o alemão Alexander Zverev.
Com isso, todos os majors (ou Grand Slams, os quatro torneios mais importantes da temporada tenístico), dos últimos dois anos foram vencidos pelo italiano ou pelo espanhol. Alcaraz soma seis (Roland Garros 2024/25, Wimbledon 23/24, e US Open 22 e 25). Sinner, quatro (Australian Open 2024/25, Wimbledon 25 e US Open 24).
Os dois jogadores alternaram, ao longo da partida, altos e baixos, sem ambos encontrarem seus melhores momentos ao mesmo tempo até o quarto set.
Alcaraz tomou a dianteira, quebrando o serviço do rival logo no primeiro game. Com tranquilidade, firmeza no saque e apenas dois erros, fechou a parcial em 6/2 em 37 minutos. No segundo set, Sinner pareceu se encontrar na partida, e, encaixando melhor os saques e mais bolas vencedoras, ganhou a etapa por 6/3.
O terceiro set teve um dono apenas: Alcaraz abriu vantagem de 5/0, e fechou em 6/1, tendo vencido 25 pontos contra 13 do adversário. O italiano voltou a complicar a vida do adversário na quarta etapa, com os dois usando mais aproximações à rede e prolongando as trocas de bola. Mas não foi o bastante –Alcaraz encerrou a partida em seu terceiro ponto do campeonato, com 6/4.
“Eu tentei o meu melhor hoje, não pude fazer mais”, disse Sinner, em tom resignado. “É incrível o que você vem fazendo ao longo de toda a temporada”, respondeu Alcaraz, tentando encorajá-lo. “Eu vejo você mais que a minha família.”
Como no torneio feminino, o campeão embolsou US$ 5 milhões (cerca de R$ 27 milhões) e o vice, US$ 2,5 milhões (R$ 13 milhões).
Na semifinal, Alcaraz passou pelo último dos membros do “Big Three” ainda na ativa, Novak Djokovic, 38 anos e número 7 do mundo, de maneira dominante: em sets diretos, com parciais 6-4, 7-6 (3) e 6-2, tendo o serviço quebrado apenas uma vez.
O sérvio, dono de 24 títulos de majors, ainda resiste em falar de aposentadoria, mas a assertividade do espanhol no duelo teve sabor de definição. Roger Federer e Rafael Nadal, os outros membros da trinca que dominou o esporte por anos, já penduraram as raquetes.
Alcaraz chegou à final sem perder sets, e tendo cedido apenas duas quebras. Ele lidera o circuito da ATP com 60 vitórias no ano e sete títulos.
Já Sinner vem de ano com melhores resultados em majors: levantou os troféus do Australian Open –ao derrubar Zverev– e de Wimbledon, ao superar Alcaraz, que o derrotara na final de Roland Garros.
Esta é foi sexta final de Slam do italiano em oito torneios. Ele é o quarto homem a alcançar cinco finais consecutivas de majors na era aberta, atrás de Federer, Djokovic e Nadal.
Em Nova York, Sinner havia perdido apenas dois sets nas seis partidas anteriores à final. Os canadenses Denis Shapovalov, na terceira rodada, e Felix Auger-Aliassime, na semi, foram os únicos a sequer arrancar do italiano mais de sete games em um jogo.
Donald Trump na plateia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, esteve no complexo de tênis Billie Jean King neste domingo para acompanhar a final. Sua visita, confirmada pela imprensa na quinta-feira (4), causou bastante polêmica.
Um comunicado da USTA (federação americana de tênis) pediu que as transmissões da partida não chamassem a atenção para qualquer tipo de reação que a aparição do republicano nos telões pudesse provocar na torcida. O documento foi revelado pelo jornalista Ben Rothenberg e confirmado pelo New York Times.
O esquema de segurança do complexo foi reforçado, causando grandes filas na entrada e adiando o início da final, marcada para as 15h, em mais de 30 minutos. A primeira bola foi golpeada às 15h48 (horário de Brasília).
A transmissão brasileira na ESPN não mostrou a chegada do presidente, mas a agência de notícias Reuters reportou que, ao cumprimentar os poucos espectadores que já haviam conseguido entrar no Arthur Ashe Stadium, que tem capacidade para mais de 23 mil torcedores, Trump foi recebido com um misto de vaias e aplausos.
A reação se repetiu nas outras vezes em que o republicano apareceu no telão, como durante a execução do hino nacional dos EUA e entre o primeiro e o segundo sets, segundo a agência AFP.
Trump assistiu à partida do camarote da Rolex, uma das patrocinadoras do torneio e de vários tenistas, como Roger Federer, Jannik Sinner, Coco Gauff e Iga Swiatek. Ele estava acompanhado de Pam Bondi, secretária de Justiça, e de Jared Kushner, seu genro, entre outros.
A última vez que o republicano esteve no US Open foi em 2015, quando ainda era candidato à Presidência. À época, ele assistiu às quartas de final entre Venus e Serena Williams e foi fortemente vaiado. Trump era um frequentador assíduo do torneio nova-iorquino até aquele momento.

BEATRIZ IZUMINO