Um edital aberto pelo Museu de Arte Urbana de Belém (Maub) selecionará artistas para realizar uma intervenção artística inédita em dois espaços do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém. As inscrições podem ser realizadas através do site do projeto até este sábado, 6, exclusivamente para pessoas jurídicas que representem artistas ou coletivos, como MEIs, associações ou fundações. A previsão é que o resultado seja anunciado nesta segunda-feira, 8.
Inspirados pela biodiversidade e cultura amazônica, os murais serão inaugurados no dia 28 de setembro, em um festival a céu aberto com shows, visitas guiadas e muito mais em uma celebração à arte urbana e à ciência.
Os murais serão inspirados nas coleções e pesquisas do Museu Goeldi, patrimônios das áreas de Ciências Humanas, Naturais e da Terra, transformando os prédios em verdadeiras telas a céu aberto. É o que explica o idealizador do projeto, Gibson Massoud. “O edital está aberto até o dia 6 de setembro, voltado para artistas do Brasil inteiro. É temático, com foco na fauna e flora da Amazônia, então o artista selecionado só poderá pintar dentro de nove temas. Serão pintados murais em dois espaços: o Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi e o Campo de Pesquisa do Museu, na avenida Perimetral. Esta é uma edição especial, porque vai dar nova cor ao Museu Paraense Emílio Goeldi. É uma edição bem simbólica, em ano de COP”.
O Museu de Arte Urbana de Belém está em sua terceira edição, sendo considerado o maior museu de arte urbana da Amazônia e um dos maiores do Brasil, diz Gibson Massoud. “Nas duas edições anteriores, foram pintados aproximadamente 11 mil metros quadrados e tivemos mais de 50 artistas participando”.
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A iniciativa busca democratizar a arte, levando-a para as ruas e oferecendo atividades para a comunidade. Além disso, a ideia é valorizar o museu, trazer a fauna e flora para a experiência artística, e gerar um misto de alegria e responsabilidade entre os envolvidos. “A arte urbana tem uma característica: de todas as artes, ela é a mais democrática, é sempre na rua, gratuita, envolvendo a população, seja através dos murais ou oficinas. Na inauguração, tem shows de músicas, atividades para crianças, visitas guiadas para conhecer as obras”, analisa o idealizador.
Serão selecionadas 19 propostas inéditas em duas categorias, com prêmios de até R$ 10 mil, e as obras serão executadas entre 16 e 27 de setembro. Além da criação dos murais, os participantes deverão cumprir contrapartidas sociais, como oficinas de arte em comunidades periféricas. A curadoria é feita por William Baglione, desde a primeira edição. “Ele é um fotógrafo de São Paulo, mas que tem ligações muito fortes com Belém. Serão 19 nomes selecionados nesta edição, sendo 17 no Parque e 2 no Campo de Pesquisa”, detalha Gibson Massoud.
Gibson Massoud diz que sente um misto de alegria e responsabilidade na realização desta edição, porque o Museu Emílio Goeldi é um espaço que permeia o imaginário coletivo paraense. “As pessoas têm um carinho especial por ele. Eu particularmente frequento o Museu desde a minha infância e hoje frequento com a minha filha. E é uma alegria muito grande poder contribuir de alguma maneira, deixando o museu mais bonito, chamando atenção para o museu para que ele seja cada vez mais valorizado”, comemora.
“Acredito que isso vai se passar com os artistas também, que poderão se inspirar no museu para suas obras. Certamente eles irão pintar algum animal que remete à sua infância, que viram e se encantaram. Ou alguma pintura que remete à flora e poderão fazer uma imersão no museu antes de pintar para se inspirar”, afirma Gibson Massoud.
