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Chefs de SP se encantam com ingredientes paraenses durante imersão no Ver-o-Peso

Imersão gastronômica no Ver-o-Peso marca início do festival da culinária paraense

Imersão gastronômica no Ver-o-Peso marca início do festival da culinária paraense
Imersão gastronômica no Ver-o-Peso marca início do festival da culinária paraense. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Os chefs convidados para o festival Ver-o-Peso da Cozinha Paraense participaram de uma imersão nos ingredientes amazônicos que fazem parte da culinária típica do estado, ontem, 05. O local escolhido foi o mercado que dá nome ao festival, onde os profissionais tiveram contato com boieiras, feirantes e produtores locais.

A chef Carole Crema, de São Paulo, aproveitou a primeira passagem por Belém para degustar – e se encantar – com os produtos disponíveis. “É uma riqueza fora do comum, os peixes, os ingredientes. A gente ouve falar, mas estar aqui, vivenciar, sentir, pegar, morder as pimentas, por exemplo, é muito rico”. No ano em que as atenções se voltam para a Amazônia com a COP30, ela acredita que a potência da culinária local e nortista precisa “se espalhar e que os brasileiros possam vir conhecer”.

O chef Benê Souza, de São Paulo, mergulhou nessa experiência e, assim como os paraenses que viajam para outros estados, vai levar um “pedaço de Belém no isopor”: “estou levando farinha d’água, artesanato, garrafada, o filhote vai comigo também, o açaí e o cupuaçu. Levaria mais se estivesse com mais uma mala”, brincou.

A Riqueza da Culinária Paraense

A diversidade da culinária regional fez com que Belém ganhasse, em 2015, o título de Cidade Criativa da Gastronomia, concedido pela Unesco. “O que eu mais amei aqui, que foi fora da caixa para mim, foi o filho de bacuri. É uma coisa que eu estou querendo levar para São Paulo para fazer umas sobremesas”, relatou o chef Rafael Aoki, também da capital paulista. O que também despertou curiosidade foi a extração e processamento do cacau, na Ilha do Combu, transformado em chocolate.

A chef Telma Shimizu, de SP, também convidada para o festival, está em Belém há duas semanas e teve a oportunidade de visitar o arquipélago do Marajó e a cidade de Tomé-Açu, terceira maior colônia japonesa do Brasil. Ela considera a experiência “fantástica”, pela descoberta de sabores, ingredientes e preparações diferentes. “Já sirvo no meu restaurante o pirarucu de manejo sustentável, que é um sucesso entre os clientes japoneses, e desde 2012 sirvo o mapará, preparado como a enguia japonesa”, contou a chef.

Legado e Valorização da Cultura Local

Segundo a diretora do Instituto Paulo Martins, que promove o evento, Joana Martins, em duas décadas o festival deixou um importante legado para a cultura local. “O que a gente quer com ele (o festival) é que a gente se reconheça, se valorize, entenda nosso valor, pois fomos educados e colonizados para achar que o que vem de fora é melhor. Mas a gente percebe pela surpresa de quem nos visita que, na verdade, temos riqueza gigante e, se não dermos valor, o resto do mundo vai dar”.

A 15ª edição do Ver-o-Peso da Cozinha Paraense ocorre neste fim de semana, de 5 a 7, e no próximo, de 12 a 14, no Shopping Bosque Grão-Pará. A programação inclui degustações, aulas e uma série de atividades que contarão com a presença de chefs de todo o Brasil. Mais detalhes estão no Instagram @veropesodacozinha. O festival tem o patrocínio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo.